Detentos fizeram a terceira rebelião em menos de uma semana no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, em Goiás. O motim começou por volta das 4h30 desta sexta-feira, na Penitenciária Odenir Guimarães, unidade de regime fechado do complexo, quando tiros começaram a ser ouvidos no local.
Segundo a Diretoria Geral de Administração Penitenciária, o Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope), com apoio da Polícia Militar, ocupou o presídio e identificou focos de incêndio. As duas primeiras rebeliões (incluindo a mais letal, quando nove detentos foram mortos), aconteceram em outra unidade do complexo, a Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto.
A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) informou, em nota, que não houve mortes e que retomou o controle do local. Segundo o texto, por volta das 7h desta sexta-feira foi iniciado procedimento de revista. A Polícia Militar informa que foram deslocados policiais dos batalhões de choque, operações especiais, grupo de radiopatrulha aérea e a cavalaria da corporação para a POG, além de equipes do Corpo de Bombeiros.
Vistoria
Por decisão da ministra Cármen Lúcia, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foi feita uma vistoria no complexo de Aparecida de Goiânia na última quarta-feira. Às autoridades da Justiça e do Ministério Público que analisaram o local, os detentos afirmaram que os agentes penitenciários não tem controle sobre o funcionamento do presídio.
A principal suspeita, confirmada por parte dos detentos, é a de que facções criminosas de atuação nacional, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), estejam por trás do conflito. Um grupo, que estava alocado na ala C da colônia agroindustrial, invadiu as alas A, B e D, provocando o início do confronto.
(Com Estadão Conteúdo)