O Ministério da Defesa publicou, nesta sexta-feira, 20, uma portaria em que aprova o emprego das Forças Armadas no combate aos incêndios na Amazônia Legal. O texto, registrado no Diário Oficial da União, autoriza entre outras medidas o uso do Comando Operacional Conjunto Tucumã para a tarefa e determina prontidão aos comandantes de Exército e Marinha para enviarem reforços, se necessário.
O documento é assinado pelo ministro José Múcio Monteiro e também define que sejam disponibilizados recursos orçamentários para a operação, que vai incluir “fornecimento de imagens de sensoriamento remoto, uso do painel do fogo com pessoal especializado e treinamento, dados de interesse e equipamentos de comunicações”. Os profissionais de assistência social das Forças Armadas também serão destacados, se for preciso, para “situação de emergência, estado de calamidade pública, desastre e ação humanitária”.
Conforme mostrou reportagem de VEJA, a seca já atingiu 3.978 municípios brasileiros, ou 71% do total, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Estima-se que 197 milhões vivem hoje em áreas afetadas pela estiagem. A secura afeta 25 dos 27 estados — só Rio Grande do Sul e Santa Catarina escapam.
E o problema só tem piorado. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), o Brasil somou 160.000 focos até setembro, o dobro na comparação com o mesmo período do ano passado. O fogaréu cobriu de fumaça tóxica 60% do país e fez a qualidade do ar de cidades como São Paulo, Porto Velho e Brasília figurar entre as mais insalubres do planeta.