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Polícia oferece R$ 1 mil por informações sobre ‘Dr. Bumbum’

Denis César Barros Furtado e sua mãe, Maria de Fátima, tiveram a prisão preventiva decretada após morte de paciente que se submeteu a procedimento estético

Por Da Redação Atualizado em 18 jul 2018, 14h03 - Publicado em 18 jul 2018, 10h37
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  • A Polícia Civil do Rio de Janeiro está oferecendo recompensa de R$ 1 mil para quem der informações que levem à prisão de Denis César Barros Furtado, de 45 anos, e de sua mãe, Maria de Fátima Barros Furtado, 66. Médicos, os dois foram indiciados por homicídio doloso pela morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos, ocorrido horas após ela passar por procedimento estético no apartamento de Furtado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Eles estão foragidos.

    Lilian passou mal após realizar procedimento para preenchimento de glúteos. Ela saiu de Cuiabá, em Mato Grosso, para fazer o tratamento com o médico que é conhecido como “Dr. Bumbum”. Denis tinha mais de 655 mil seguidores no Instagram, rede social na qual postava fotos com os resultados de seus procedimentos cirúrgicos. A conta na rede social foi apagada.

    A Polícia Civil chegou ao médico a partir do depoimento do taxista que levou Lilian ao apartamento do médico e aguardava o término do procedimento para levá-la de volta ao aeroporto. Furtado foi localizado pelos policiais, em um shopping na Barra da Tijuca onde funcionaria sua clínica, mas conseguiu fugir. A advogada Naiara Baldanza, que defende Denis, não se manifestou até a publicação desta notícia.

    O procedimento foi realizado na noite de sábado 14, no apartamento de Denis, uma cobertura na Barra. Lilian teve complicações e foi levada a um hospital pelo próprio médico, que estava acompanhado da mãe, da técnica de enfermagem Rosilane Silva e da secretária Renata Cirne, que seria sua namorada. Todos deixaram o hospital após serem informados da morte da bancária. Renata já está presa e Rosilane responderá em liberdade.

    Quem tiver informações sobre a localização do médico e de sua mãe pode acionar o Disque Denúncia do Rio por WhatsApp ou Telegram por meio do número (21) 98849-6099, acionar a Central de Atendimento pelo telefone (21) 2253-1177 ou mesmo entrar em contato na página do Portal dos Procurados no Facebook.

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    Sem registro

    O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que Furtado não tinha registro para trabalhar no estado e que abriu sindicância para apurar o caso. Uma página profissional de Furtado na internet informa que ele possui registro nos conselhos do Distrito Federal e de Goiás.

    Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) informou que o médico não tem especialidade registrada na autarquia e responde a processo ético-profissional. Em março de 2016, ele foi alvo de uma interdição cautelar para o exercício da profissão pelo conselho, a qual foi suspensa três meses depois pela Justiça, em Brasília. O processo tramita em sigilo.

    O CRM-DF também informou que a competência para instaurar sindicância é do conselho regional onde ocorreu o fato punível. Portanto, neste caso, o Cremerj ficará responsável por instruir a possível infração ética no procedimento realizado na paciente Lilian. Após a conclusão, o processo deverá ser encaminhado ao Conselho Federal de Medicina.

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    A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) lamentou a morte de Lilian e informou que o médico não tinha título de especialista na área. A entidade destacou ainda que a realização do procedimento em casa é proibida. Também alerta sobre os riscos do polimetilmetacrilato (PMMA), material que seria utilizado na paciente. “A SBCP aguarda por decisões judiciais que possam definitivamente impedir que profissionais médicos e não médicos sem especialização em cirurgia plástica realizem procedimentos sem qualificação.”

    O PMMA é um plástico rígido, transparente e incolor, que há alguns anos se tornou popular em procedimentos estéticos de preenchimento, as chamadas bioplastias, principalmente nos glúteos. Por se tratar de um produto não absorvível pelo corpo humano e, consequentemente, tornar o procedimento arriscado, o material caiu em desuso.

    Muito utilizado para preenchimento e modelagem facial e corporal, o PMMA, também conhecido como metacril ou bioplastia, provocou deformidades e complicações em cerca de 17.000 pacientes de todo o país, segundo pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. 

    (com Estadão Conteúdo)

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