Polícia matou 117 suspeitos até fevereiro em SP
Dados são da ouvidoria da PM. Rota é batalhão mais letal, indica levantamento
De janeiro a fevereiro, 117 suspeitos foram mortos em confrontos com policiais militares ou civis em 27 cidades de São Paulo – o que representa quase duas mortes por dia no Estado, segundo dados da ouvidoria da Polícia Militar. Desse total, doze mortes tiveram a Rota como o grupamento responsável. Para o ouvidor da PM Julio Cesar Neves, a letalidade da Rota é preocupante. “Ela é o departamento que exerce essa postura com notoriedade. Tem, vamos dizer assim, know-how”, afirmou.
Leia também:
SP mudará forma de investigar agentes de segurança pública
SP: polícia recupera 13,5 toneladas de dinamite roubada
Rio Grande do Norte: PM acha túnel em presídio rebelado
Justiça manda soltar acusados de matar cinegrafista no Rio
O aumento da letalidade policial nos últimos anos, segundo o ouvidor, também estaria relacionado à impunidade. “Quando o policial vê que ninguém é punido, fica mais fácil apertar o gatilho. A impunidade não é só para a bandidagem, é dos dois lados”, disse. “Na grande maioria dos casos o arquivamento é requerido pelo Ministério Público e a Justiça aceita. Não chegam sequer a ser denunciados.”
Investigação – A Secretaria Estadual da Segurança Pública de São Paulo anunciou que vai alterar o procedimento de investigação para casos que envolvam agentes de segurança pública. Na prática, a medida tornará obrigatória a presença da Polícia Civil, da Polícia Militar e das corregedorias nas cenas de homicídios que envolvam agentes, sejam eles autores ou vítimas. Nesses casos, o Ministério Público também deve ser comunicado imediatamente, mas vai ficar a critério do órgão decidir se é necessário enviar um promotor de Justiça ao local.
A resolução deve valer para ocorrências que estejam relacionadas a policiais militares, policiais civis, policiais federais, agentes penitenciários, membros da Fundação Casa e guardas-civis.
(Com Estadão Conteúdo)