Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Com nomeação de Rolando, PF e Abin deverão trabalhar mais integradas

Jair Bolsonaro quer ter acesso a informações produzidas pelo serviço de inteligência da corporação

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 Maio 2020, 14h32 - Publicado em 4 Maio 2020, 13h23

Em uma cerimônia rápida e fechada, o presidente Jair Bolsonaro assinou o termo de posse do novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza. O delegado foi escolhido para a função como alternativa ao chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, impedido de assumir o cargo após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ex-secretário de planejamento e gestão da Abin, o novo comandante da PF terá como uma de suas missões trabalhar ainda mais próximo do serviço de inteligência do governo. Desde o ano passado, delegados federais foram cedidos para a equipe de Ramagem como parte de uma estratégia de integração dos trabalhos desenvolvidos pelas duas corporações. Agora, com a nomeação de Rolando Alexandre, esse processo deverá acelerar ainda mais nos próximos meses.

ASSINE VEJA

Moro fala a VEJA: ‘Não sou mentiroso’ Em entrevista exclusiva, ex-ministro diz que apresentará provas no STF das acusações contra Bolsonaro. E mais: a pandemia nas favelas e o médico brasileiro na linha de frente contra o coronavírus. Leia nesta edição. ()
Clique e Assine

Essa nova diretriz da Polícia Federal e da Abin pode gerar atritos internos dos dois lados, ressuscitando conflitos do passado. Na PF, há certo receio de que a corporação se torne um órgão de assessoria do presidente da República, ao invés de priorizar o seu papel de polícia judiciária. Na agência de inteligência, alguns oficiais torcem o nariz para a presença de policiais no comando de operações estratégicas. Integrantes de ambas instituições relembram a atuação desastrosa da Operação Satiagraha, que espionou autoridades de Brasília no governo Lula.

Ao se demitir do ministério da Justiça, Sergio Moro disse que Bolsonaro queria ter acesso a relatórios de inteligência da Polícia Federal. Em entrevista coletiva, o presidente confirmou a sua intenção de interagir diretamente com o chefe da corporação assim como faz com a Abin. Por essa razão, ele escolheu o atual diretor da agência para assumir o comando da PF. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu essa indicação por suspeita de interferência política.

Continua após a publicidade

“A Polícia Federal não é um órgão de assessoria presidencial e o novo diretor-geral sabe disso. Esperamos que ele freie qualquer interpretação equivocada do papel da PF”, diz Edvandir Felix de Paiva, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF).

Embora paire dúvidas sobre a nomeação do novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre é reconhecido por delegados como um profissional com perfil técnico e com ampla experiência de gestão. Ele foi o responsável por conduzir a primeira investigação da Polícia Federal no mercado financeiro. Além de chefiar a superintendência de Alagoas, ele comandou o Serviços de Repressão a Desvio de Recursos Públicos.

Em sua passagem por Brasília, Rolando Alexandre ajudou a implementar um banco de dados sobre as movimentações de recursos públicos. Uma das funções do sistema era rastrear, por exemplo, o uso da verba da União destinada à saúde nos estados e municípios. Esse também deverá ser outro foco da nova gestão da PF — investigar indícios de corrupção durante a crise do coronavírus.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.