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Polícia apura relação de ataques em Fortaleza e briga de torcidas

Sete pessoas foram mortas a tiros no bairro Benfica na sexta, em área próxima à sede de torcida organizada do Fortaleza, um dos grandes clubes do Ceará

Por Estadão Conteúdo 10 mar 2018, 22h21

A Polícia Civil do Ceará investiga se os ataques próximo à sede da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), na noite de sexta-feira, 9, aconteceram em retaliação a uma briga entre organizadas no último “Clássico-Rei”, como é chamado o confronto entre Ceará e Fortaleza, realizado no domingo, 4. Na ocasião, dois torcedores do Ceará foram agredidos e tiveram de ser internados no Instituto Doutor José Frota (IJF), principal hospital público de emergência de Fortaleza.

Ao todo, sete pessoas foram mortas a tiros e ao menos outras duas foram baleadas na chacina, que aconteceu em três locais diferentes do bairro Benfica, no centro de Fortaleza. Para a polícia, no entanto, os crimes podem não estar relacionados entre si, apesar de terem acontecido na mesma área e com pouco tempo de diferença entre eles.

“Há, aparentemente, motivações diferentes e modus operandi diferente”, disse o secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, André Costa. Segundo ele, investigações apontam que o ataque na Praça Gentilândia, onde três pessoas morreram, tinha vítimas “direcionadas” e teria sido motivado por disputa de tráfico de drogas. Já na Vila Demétrio, próximo à sede da TUF, e na Rua Joaquim Magalhães, foram “disparos mais aleatórios, sem vítimas precisamente definidas”.

“No último domingo, no ‘Clássico-Rei’, houve uma briga envolvendo membros dessa torcida (TUF), na qual dois membros de uma torcida rival acabaram gravemente feridos”, afirmou Costa. “Há uma suspeita que haja uma interligação entre os fatos.”

Segundo as investigações, ao menos três pessoas em dois carros participaram do ataque na Vila Demétrio. Lá, Carlos Victor Meneses Barros, de 23 anos, e Adenilton da Silva Ferreira, de 24, que eram membros da TUF, foram alvejados e mortos. Emilson Bandeira de Melo Júnior, de 27 anos, também foi baleado e não resistiu aos ferimentos. Nenhum deles tinha antecedentes, segundo a Polícia Civil.

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Durante a fuga, os criminosos passaram pela a Rua Joaquim Magalhães e voltaram a atirar contra duas pessoas que usavam uniforme da torcida organizada. Pedro Braga Barroso Neto, de 22 anos, foi atingido no momento em que ia com outro rapaz comprar vinho em um estabelecimento comercial. Ele tinha duas passagens por roubo e uma por associação criminosa. Outras duas vítimas seguem internadas.

Tráfico

O primeiro dos ataques, entretanto, aconteceu na Praça Gentilândia, por volta das 23h30. Aos policiais, testemunhas afirmaram ter visto três pessoas em um Honda Civic, de onde partiram os disparos. Investigadores afirmam, ainda, que outro veículo fazia apoio para os criminosos.

No entorno da praça, há muitos bares e restaurantes, que costumam ser frequentados por estudantes universitários. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram que, após o crime, a praça foi tomada por um cenário de guerra, com pessoas ensanguentadas e garrafas e copos quebrados no chão.

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Três homens morreram no local: o cabeleireiro José Gilmar Furtado de Oliveira Júnior, de 33 anos, o vendedor ambulante Antônio Igor Moreira e Silva, de 26, e Joaquim Vieira de Lucena Neto, de 21. De acordo com a secretaria, os dois primeiros tinham passagem por posse de droga.

“Segundo relato de pessoas que frequentam a praça, das pessoas que foram mortas, pelo menos duas comercializavam droga na praça. Inclusive uma delas usava uma pochete, onde foi encontrado dinheiro e drogas: crack e maconha”, disse Costa.

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