PF desarticula quadrilhas de fraudes bancárias na internet
Corporação estima que a operação reduza os golpes em 60%. Policias federais que atuam nas fronteiras pedem melhores condições de trabalho
A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta quarta-feira duas operações para combater fraudes bancárias na internet. A corporação estima que a ação reduza em 60% os golpes. A Operação Dedicado, no Rio Grande do Sul, cumpre mandatos de prisão preventiva e de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Tramandaí. A Operação Online, no Pará, cumpre 25 mandados de prisão preventiva e oito de condução coercitiva em Marabá. No total, participaram das operações 283 policiais federais.
Até agora, 13 pessoas foram presas – 10 no Rio Grande do Sul e três no Pará. Além das prisões, foram apreendidos nove veículos, sendo dois caminhões, duas caminhonetes de luxo, um modelo esportivo da marca Porsche, uma pistola, um jet ski, uma minimoto e equipamentos eletrônicos.
No Rio Grande do Sul, a operação desarticulou uma quadrilha que atuava há mais de dez anos. As fraudes consistiam em invasão de contas da Caixa Econômica Federal e outros bancos para a subtração de valores. Elas aconteciam por meio de transferências a “laranjas”, pagamentos de boletos bancários emitidos por empresas de fachada e compra de mercadorias.
A PF identificou a quadrilha por meio do Projeto Tentáculos – parceria entre a Caixa e o Ministério Público Federal (MPF) para investigar fraudes realizadas contra o banco. Ao cruzarem as informações, os policiais descobriram a quadrilha de fraudes bancárias liderada por um gaúcho e seu braço direito, um paraense.
No Pará, o bando é acusado de fraude de empresas privadas e lavagem de dinheiro com empresas de venda de cimento em Marabá. Um policial militar está envolvido nos crimes.
No Rio Grande do Sul, o valor estimado dos crimes cometidos só no período das investigações é de mais de cinco milhões de reais. No Pará, é de três milhões de reais.
As investigações da Operação Dedicado tiveram início em abril de 2010. As ações foram realizadas pelo Grupo de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas (GFEL) da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz). No Pará, a operação foi desencadeada pelo Grupo de Combates a Fraudes Eletrônicas Bancárias da Superintendência Regional da PF.
Operação padrão – Os policiais federais que atuam nas fronteiras do Brasil, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, iniciaram nesta quinta-feira uma operação padrão. A iniciativa é um protesto contra as condições de trabalho dos agentes que atuam em localidades de difícil acesso. Os policiais pedem o fim da terceirização dos serviços ligados à corporação, a adoção de critérios claros na política de remoções, o fim das perseguições a representantes sindicais e uma política de enfrentamento ao assédio moral dentro da corporação.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul, Ubiratan Antunes Sanderson, a operação atinge as cidades gaúchas de Chuí, Jaguarão, Aceguá, Santana do Livramento, Guaraí, Uruguaiana, São Borja, Porto Xavier e Porto Mauá. Por conta da operação padrão, o tempo de espera na imigração, que normalmente é de 10 minutos, subiu para 40 minutos. De acordo com Ubiratan, além do Rio Grande do Sul, agentes da cidade paranaense de Foz do Iguaçu também aderiram ao protesto.
(Com Agência Estado)