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PF amplia equipe da Lava Jato para concluir inquéritos

Meta é encerrar investigações em curso no STF antes das eleições de 2018 e, para isso, órgão mais que dobrou o número de servidores em grupo de trabalho

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 jan 2018, 20h01 - Publicado em 4 jan 2018, 19h46

A Polícia Federal mais que dobrou a equipe da Lava Jato que atua nos inquéritos envolvendo políticos no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar encerrar as investigações antes das eleições deste ano. O novo diretor-geral da PF, Fernando Segovia, autorizou a nomeação de mais oito delegados, sete escrivães e 17 analistas para atuar no grupo de inquérito responsável pelas 273 investigações em andamento —  124 diretamente relacionados à Lava Jato.

Tramitam no STF os casos envolvendo políticos com foro privilegiado. Com a meta de encerrar todas as investigações até o início da campanha eleitoral, a PF deve se posicionar nos próximos meses em relatórios finais sobre a prática ou não de crimes em casos envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB), a cúpula do governo e de seus principais aliados.

São investigados atualmente, além de Temer, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Gilberto Kassab (Comunicações, Ciência e Tecnologia), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e aliados como os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), além do presidente do PMDB, o senador Romero Jucá, do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e do peemedebista Renan Calheiros (AL). Todos negam envolvimento em irregularidades.

No caso de Temer, a PF ainda não concluiu um último inquérito solicitado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. A investigação foi autorizada pelo ministro do STF Luis Roberto Barroso, em agosto de 2017, depois de análise de documentos apreendidos na Operação Patmos, que deflagrou o caso J&F , e interceptações telefônicas do então deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) com Temer tratando de um decreto relacionado ao setor dos portos. Temer e Rocha Loures são suspeitos dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.

Aumento de pessoal

Na gestão anterior da PF, comandada por Leandro Daiello, o grupo contava com 24 policiais federais. A partir de agora serão 56 policiais divididos em 13 equipes formadas por um delegado, um escrivão e dois agentes. Os outros investigadores atuarão no apoio a essas equipes. Somente o número de delegados, que presidem o inquérito, saltou de nove para 17. Ao assumir o cargo, em novembro de 2017, Segovia havia afirmado que uma de suas prioridades era dar mais rapidez às investigações envolvendo políticos e que a meta era evitar elas influenciassem a disputa eleitoral.

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