O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, vivem em pé de guerra. A relação entre os dois tem oscilado desde o fim do ano passado, após a aprovação da nova previdência, e nos últimos dias entrou em estado de efervescência. O parlamentar disse que o Posto Ipiranga do governo Bolsonaro está “desequilibrado”. Já Guedes acusou o deputado de se juntar com partidos de esquerda para boicotar as privatizações no Congresso. Antes da conflagração desse mais novo conflito, houve uma tentativa de trégua.
Quando Maia divulgou que testou positivo para a Covid-19, em 16 de setembro, Guedes enviou uma mensagem para o parlamentar, tentando quebrar o gelo entre eles. Para pessoas próximas, o ministro relatou que desejou a recuperação do presidente da Câmara e disse que o parlamentar ainda teria muitas missões pela frente. A sinalização de paz não era apenas protocolar, mas não deu certo.
Para Paulo Guedes, Maia fez uma “escolha política errada”. Apostou na oposição ao presidente Jair Bolsonaro, que se fortaleceu com a aliança com os partidos do Centrão, e se aproximou dos governadores Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, e João Dória, de São Paulo. Para o presidente da Câmara, o ministro da Economia não entrega o que promete e insiste em pautas que não serão aprovadas tão cedo no Congresso.