O ex-presidente Jair Bolsonaro está proibido pelo Supremo Tribunal Federal de manter contato com o presidente do PL, Valdermar Costa Neto, em função das investigações em torno de um grupo que teria tentado uma ruptura institucional no país. Os dois se mantiveram distantes fisicamente, o que também serviu para testar a fidelidade política durante as eleições municipais.
Prova disso foi a tentativa do partido de Pablo Marçal, o PRTB, de atrair Bolsonaro. O ex-presidente foi convidado para ocupar um posto de direção na legenda, mas recusou. No início do ano, ele teve duas reuniões com a cúpula do PRTB em São Paulo, mas, ao ser sondado sobre a possibilidade, justificou que tinha compromisso com o PL.
Participaram dessas reuniões de aproximação a advogada do ex-presidente, Karina Kufa, o então presidente do PRTB em São Paulo, Joaquim Pereira de Paulo Neto, e a então consultora jurídica do partido, a advogada Patrícia Reitter.
Bolsonaro recusou o convite e reforçou o compromisso com o PL
Karina confirma que Bolsonaro recebeu o convite do presidente nacional do PRTB, Leonardo Avalanche. “Avalanche ofereceu o partido e Bolsonaro agradeceu, dizendo que não poderia sair do PL porque o Valdemar teria recebido ele muito bem”, informou Karina a VEJA.
Patrícia Reitter, que também participou de uma das reuniões do PRTB com Bolsonaro, diz que as negociações chegaram a avançar em um determinado instante. “A gente estruturou uma equipe de tecnologia, que criou um aplicativo para monitorar o partido no Brasil todo e elaboramos um projeto para o Bolsonaro, no qual ele ficaria perto de cada município, de cada presidente”, detalhou a advogada .
Bolsonaro, porém, se afastou das negociações quando o PRTB iniciou as tratativas com o ex-coach Pablo Marçal. O partido também já havia sido acusado de envolvimento com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC. Joaquim e Patrícia afirmam que isso também estimulou o ex-presidente a recusar a proposta.