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Pai do menino Bernardo culpa madrasta pelo crime

Recebido no fórum de Três Passos (RS) sob gritos de "assassino", o médico Leandro Boldrini é o primeiro dos quatro acusados a depor perante o juiz

Por Felipe Frazão 27 Maio 2015, 10h51
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  • O primeiro interrogatório judicial dos quatro acusados da morte do menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, começou na manhã desta quarta-feira em Três Passos (RS) com o depoimento do pai do garoto, o médico Leandro Boldrini. Ele negou envolvimento no crime durante a audiência na Justiça do Rio Grande do Sul. Leandro também apontou os três corréus como os assassinos de seu filho, morto com uma superdosagem de sedativo dada por comprimidos e uma injeção letal. Dos demais acusados – a madrasta da criança, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz, amigos dela – só Evandro se pronunciou.

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    “É falso. Eu não participei desses fatos. Não tenho nada a ver com isso”, disse Leandro Boldrini ao juiz Marcos Luís Agostini. “Só fiquei sabendo da morte do Bernardo quando estava preso.” O médico foi detido logo depois que a Polícia Civil encontrou o corpo de Bernardo, dez dias após o suposto desaparecimento do garoto. Boldrini disse que o homicídio foi cometido por “esses outros aí”, em referência a Graciele, Edelvânia e Evandro. O pai de Bernardo também disse que a madrasta confessou a ele que teve participação no crime. Ele também disse que tem certeza da participação de Edelvânia.

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    O médico afirmou que foi enganado pela atual mulher e relatou que ela e o filho tinham um relacionamento de ódio. O pai do menino afirmou que Bernardo tomava medicamentos com acompanhamento psiquiátrico porque tinha “grau de tolerância zero”. Ele negou que impedisse a avó materna dele, Jussara Uglione, de visitar o neto – a avó tentou obter a guarda de Bernardo. Mas admitiu: “Nem sempre fui um bom pai”.

    Boldrini declarou que não reconhece como sua a assinatura na receita usada para comprar o medicamento tranquilizante midazolam, usado no crime. O documento saiu do consultório dele, embora uma perícia oficial não tenha conseguido determinar de quem era a assinatura. “Essa assinatura não é minha”, disse Boldrini.

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    O médico afirmou que é “inocente” e “está nocauteado” pelo processo criminal. Segundo ele, seus recursos financeiros estão sendo administrados por irmãos. Ele disse que foi indiciado pela Polícia Civil por “intuição”.

    Convocadas a depor após Boldrini, a Graciele e Edelvânia decidiram permanecer caladas. “Eu só vou falar no dia do júri”, disse Edelvânia.

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    Irmão dela, Evandro Wirganovicz afirmou que não tem relação com o crime e que passou dias antes próximo ao terreno onde a cova foi aberta porque estava indo pescar. “Se ela fez, tem que pagar”, disse Evandro sobre a participação da irmã, ré confessa, no assassinato e na ocultação do corpo.

    A audiência começou por volta das 10h15 desta quarta-feira no fórum de Três Passos (RS). Apenas o depoimento do pai durou mais de três horas.

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    Os acusados foram interrogados pelo juiz Marcos Luís Agostini, pela promotora de Justiça Silvia Jappe e pelos advogados.

    A chegada dos quatro réus à sede do Judiciário causou revolta. Eles foram recebidos com vaias e xingamentos por cerca de 200 pessoas que se aglomeraram na entrada do local. Sob gritos de “assassino”, Leandro Boldrini, entrou no fórum de Três Passos com cabelo raspado, vestido com um colete à prova de balas. O advogado dele, Ezequiel Vetoretti, afirmou que o médico, denunciado como mentor do crime, não teve participação e foi incluído na acusação pelo domínio do fato. Dos três demais acusados, apenas Evandro Wirganovicz deve falar por orientação da defesa.

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    Os quatro réus estão presos preventivamente e foram levados a Três Passos sob forte esquema de escolta. Eles foram denunciados por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver (contra Leandro Boldrini também pesa acusação de falsidade ideológica).

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