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OAB suspende registro de advogado delator de Bretas por 90 dias

Nythalmar Dias Ferreira Filho ficará impedido de exercer sua profissão por 90 dias, por ordem do Tribunal de Ética da OAB

Por Lucas Mathias Atualizado em 6 jul 2023, 05h48 - Publicado em 5 jul 2023, 17h59

O advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho, delator do juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelo braço fluminense da Lava-Jato no Rio, ficará impedido de exercer sua profissão por 90 dias, por ordem do Tribunal de Ética da OAB. A decisão decorrente de uma representação do ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro/RJ), Rogério Onofre, ocorre em carater de medida cautelar e, portanto, é provisória. 

Conforme revelado por VEJA, Onofre alega ter sido extorquido e coagido pelo advogado, que, segundo o seu depoimento, agiria em nome de Bretas. Em um documento lavrado em cartório, o ex-diretor do Detro diz que recebeu uma proposta de oito milhões de reais em troca de sua liberdade. O empresário foi condenado por Bretas por corrupção passiva, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha e acredita que foi punido por não ter aceitado o acordo. O juiz e o advogado negaram as acusações.

As suspeitas contra Nythalmar ocorrem desde março de 2019, quando foi denunciado à OAB por assediar clientes de outros advogados que respondiam processos no âmbito da operação Lava Jato. Chamou a atenção de seus colegas o fato de ele conseguir fechar acordos de delação premiada bem mais vantajosos. 

“A medida veio tardia, mas em boa hora, e mesmo sendo precária, não tenho dúvida que no mérito desta e outras representações que responde na OAB, será excluído dos quadros”, diz o advogado criminalista Carlo Luchione, autor da primeira representação contra Nythalmar na OAB/RJ. 

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Em sua defesa, Nythalmar ironizou a punição. Ele afirma que nunca foi notificado da existência do processo, e que a ação é uma “perseguição de um grupo de advogados ralé”. Ele explica que, devido a um acidente sofrido, está de atestado médico há mais de 120 dias e, por isso, não tem exercido a profissão de qualquer maneira.

Em outubro de 2020, o escritório do advogado foi alvo de uma operação da Polícia Federal e ele acabou fechando um acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República. Nela, apresentou gravações de conversas com o Bretas e com integrantes do Ministério Público Federal em que são orquestrados movimentos em processos da Lava-Jato. O caso, também revelado por VEJA, ficou conhecido como Vaza Jato II.

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