Com a nação polarizada e enorme expectativa sobre a necessidade ou não de segundo turno na eleição presidencial, este domingo, 2, está sendo marcado por grandes filas nos locais de votação. Em diversas regiões do país há registros de muita lentidão no processo e, em alguns pontos, o tempo de espera supera duas horas. A demora é atribuída a vários fatores como falta de organização nas zonas eleitorais, a necessidade de cadastro da biometria, o fato de serem cinco cargos a escolher (presidente, senador, governador e deputados federal e estadual) e a ausência da tradicional “colinha” com o número dos candidatos.
Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, o problema se repete em vários bairros. Na Escola Estadual Plínio Negrão, Vila Cruzeiro, o tempo de espera era de mais 40 minutos nesta manhã. O mesmo se repetia no Colégio Stella Maris, em Pinheiros. No Colégio Santo Américo, no Jardim Colombo, onde Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), votou hoje no fim da manhã, não foi diferente. Alckmin precisou esperar cerca de uma hora para conseguir registrar seu voto nas urnas.
No Rio de Janeiro, a votação começou tranquila assim que as seções eleitorais foram abertas, mas enormes aglomerações começaram a se formar ainda de manhã. No Ciep Margareth Mee, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste da cidade, a fila se iniciava do lado de fora e se estendia pelos corredores do colégio, num total de duas horasde espera. Em alguns momentos, ninguém conseguia entender onde começavam e terminavam as filas para cada local de votação. Uma das principais reclamações era de falta de pessoal para orientar os eleitores.
No maior local do Rio de Janeiro, o Centro de Cconvenções Expo Mag (antigo Sul América), no bairro da Cidade Nova, na região central, que concentra 12.083 votantes, os eleitores também precisaram ter paciência. Dependendo da seção, o tempo de espera era de no mínimo meia hora. Na Fecomércio, no Flamengo, onde vota o candidato ao governo Fluminense Marcelo Freixo (PSB), um fiscal chegou a pedir, no final desta manhã, que os eleitores voltassem mais tarde. No meio da tarde, no Colégio Pallas, na Barra da Tijuca, a espera dos eleitores para registrarem seus votos nas urnas ultrapassava duas horas. O mesmo ocorria na Escola Municipal Roberto Burle Marx, em Jacarepaguá.
Procurado, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) informou, por meio de nota, que a questão da habilitação dos dados biométricos pode demandar até quatro tentativas de validação. “Há cerca de 1,8 milhão de eleitores que tiveram seus dados biométricos importados de órgãos públicos, como Detran-RJ e Senatran, e precisam habilitá-los no momento de votar. Outros 7,2 milhões de eleitores já têm a biometria validada e precisam fazer a leitura das digitais por meio do leitor óptico. A medida torna o processo de votação ainda mais seguro. Para executá-lo, o TRE-RJ fez campanhas informativas e pede agora a colaboração do eleitor e da sociedade”, informou.
Além de São Paulo e do Rio, também há problema de demora na hora da votação em cidades de Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Espírito Santo, entre outros. O horário oficial de votação vai até às 17h.
Brasileiros que estão fora do país também enfrentam filas para votar. Há registros de morosidade em várias cidades europeias, como Zurique, Paris, Amsterdam, Londres, Lisboa e Milão. O mesmo se repete em Buenos Aires. A demora em alguns pontos em Portugal foi tanta que o cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Wladimir Vailler Filho, informou que o horário de votação no país será estendido até às 20h local (16h no Brasil).
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