No mesmo dia em que foi preso, no último dia 8, o casal Monique Medeiros e Jairo Souza Santos Júnior, o vereador Dr. Jairinho (sem partido), já levantou suspeitas de que teria recebido privilégios atrás das grades. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Estado do Rio de Janeiro informou que o diretor da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte da capital fluminense, pediu exoneração após denúncias de regalias aos dois, respectivamente mãe e padrasto acusados de serem os responsáveis pela morte do pequeno Henry Borel, de apenas 4 anos. Em vez de serem postos em celas como presos comuns, Dr. Jairinho teria ficado na sala de um dos diretores da unidade prisional, enquanto Monique foi acomodada em outra dependência diferenciada da unidade. Ambos teriam almoçado a mesma comida do diretor – e não o cardápio oferecido aos detentos -, além de terem tido a oportunidade de conversar por alguns minutos.
Eles lá estiveram por poucas horas. Esta penitenciária é conhecida como a principal porta de entrada do sistema prisional do Rio, em que acautelados passam pela audiência de custódia e depois são encaminhados para outros presídios. As revelações de regalias foram mostradas na última segunda-feira, 12, pelo telejornal SBT Rio. Segundo informações da Seap, o diretor pediu afastamento do cargo “após discordar das denúncias de supostos privilégios”. A secretaria informou ainda que todas as imagens de câmeras de segurança da cadeia pública foram colhidas e enviadas ao Ministério Público do Rio de Janeiro.
Depois de passarem por essa triagem, Dr. Jarinho foi encaminhado Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, mais conhecido como Bangu 8, e Monique para o Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói, região metropolitana do Rio. Ela está presa em uma cela cor de rosa, como VEJA mostrou na última sexta-feira, 9. Os dois são acusados de homicídio duplamente qualificado e tortura do menino Henry.