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O expresso da droga: venda de entorpecentes vira rotina em trens

Tráfico arma barracas de venda de entorpecentes em estações da linha férrea fluminense

Por Gustavo Silva Atualizado em 25 abr 2023, 11h17 - Publicado em 25 abr 2023, 11h04
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  • Há pelo menos um mês, usuários dos trens no Rio de Janeiro têm que lidar com uma barraca de venda de drogas montada pelo tráfico na estação ferroviária na comunidade do Manguinhos. Alheios à repressão, bandidos vendem todo tipo entorpecentes à luz do dia. Com pistolas e rádios comunicadores, atendem a dezenas de pessoas, no ramal mais movimentado da linha férrea que transporta 350 mil passageiros por dia. Uma estudante da Fiocruz — instituição localizada na área — ,que prefere não se identificar, reclama da atividade criminosa. “Não consigo ir estudar com tranquilidade. Saio e entro no trem me tremendo. A estação é deles”, denuncia.

    O comércio de entorpecentes nas estações, embora flagrante, não é recente. No ano passado, a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Trens, aberta na  Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, apontou 12 estações sob controle do crime organizado.

    Em 2021, a Polícia Civil desmontou uma operação de venda de crack, maconha e cocaína na estação de Parada de Lucas, no mesmo ramal. Uma outra estação que lida com o crônico problema do domínio do tráfico é a do Jacarezinho. “Trabalho na região há vinte anos. Há pelo menos uns dez tem um ponto de comércio de drogas. Virou cotidiano”, relata um usuário dos trens que pediu anonimato.

    O Disque-Denúncia afirma ter recebido queixas sobre a atividade “empresarial” dos traficantes nas estações ferroviárias.  A SuperVia informa que, nos últimos quatro meses, a operação dos trens no ramal Saracuruna, onde ficam as estações citadas, foi interrompida ao menos cinco vezes por conta de trocas de tiros.

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    Em nota, a assessoria da Secretaria de Estado de Polícia Militar aponta que está “atuando sistematicamente para coibir o crime organizado na estação de trens, na linha férrea e no perímetro” das comunidades.

    Já a SuperVia afirma que busca “garantir  a segurança dos passageiros e de seus colaboradores em suas estações” e ressalta que “mantém contato constante com as autoridades responsáveis a fim de ajudar na mitigação de atividades criminosas que impactem a operação”.

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