Muzema convive com histórico de imóveis irregulares e atuação de milícias

Operações recentes prenderam acusados de grilagem de terras, construção e venda de imóveis ilegais; em dezembro, MP apontou inércia da Prefeitura do Rio

Por Da Redação
12 abr 2019, 09h32

Dois prédios desabaram na Muzema, comunidade na zona oeste do Rio de Janeiro - 12/04/2019 (Jose Lucena/Futura Press/Folhapress)

A comunidade da Muzema, no bairro de Itanhangá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, convive há anos com a atuação de milícias e a construção de imóveis ilegais. Na manhã desta sexta-feira, 12, dois prédios de pequeno porte, construídos em uma área de encosta, desabaram, deixando ao menos duas vítimas fatais.

Em setembro de 2018, uma operação da Polícia Militar prendeu 39 pessoas acusadas, justamente, da venda de apartamentos em prédios construídos de forma irregular, sem alvará de licenciamento e em área de Mata Atlântica, na Muzema e bairros adjacentes.

Na época, o Comando da Polícia Ambiental apontou que as construções clandestinas sequer possuíam infraestrutura básica, como ligação regular de esgoto, com a canalização indo direto para os rios da região.

Por trás de parte das construções irregulares, segundo investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro, a milícia conhecida como Escritório do Crime, influente na Zona Oeste da capital fluminense. Em janeiro, uma outra operação, batizada de Os Intocáveis, mirou o grupo e treze pessoas foram detidas, suspeitas de, entre outras coisas, grilagem de terras, construção, venda e locação irregular de imóveis. Na lista, um policial da ativa, um reformado e um terceiro expulso da corporação.

**1/20** Dois prédios residenciais desabaram na comunidade da Muzema, zona oeste do Rio - 13/04/2019 *(Erica Martin/Photopress/Folhapress)*

**2/20** Bombeiros procuram vítimas em meio aos escombros após desabamento em Muzema, no Rio de Janeiro - 13/04/2019 *(jose lucena/Futura Press/Folhapress)*

**3/20** Bombeiros procuram vítimas em meio aos escombros após desabamento de prédios em Muzema, no Rio de Janeiro - 13/04/2019 *(Ilan Pellenberg/FramePhoto/Folhapress)*

**7/20** Pessoa ferida é levada para um helicóptero após ser retirada dos escombros de dois prédios que desabaram na comunidade de Muzema, Rio de Janeiro - 12/04/2019 *(Carl de Souza/AFP)*

**8/20** Vista aérea do local onde dois prédios desmoronaram na comunidade da Muzema, zona oeste do Rio de Janeiro - 12/04/2019 *(Sergio Moraes/Reuters)*

**11/20** Pessoa em uma maca é transportada em um helicóptero depois que um prédio desmoronou na comunidade de Muzema, no Rio de Janeiro - 12/04/2019 *(Ricardo Moraes/Reuters)*

**12/20** Equipe de resgate carregam vítima de desabamento de prédio na comunidade de Muzema, no Rio de Janeiro - 12/04/2019 *(Carl de Souza/AFP)*

**13/20** Equipes de resgate carregam uma pessoa ferida depois que dois prédios desabaram na comunidade da Muzema, Rio de Janeiro - 12/04/2019 *(Carl de Souza/AFP)*

**14/20** Homem em uma maca é carregado para um helicóptero no local do desabamento de dois prédios na comunidade da Muzema, Rio de Janeiro - 12/04/2019 *(Ricardo Moraes/Reuters)*

**15/20** Dois prédios desabaram na Muzema, comunidade na zona oeste do Rio de Janeiro - 12/04/2019 *(Jose Lucena/Futura Press/Folhapress)*

**17/20** Prédios desabam na comunidade de Muzema, no Rio de Janeiro - 12/04/2019 *(Reprodução/TV Globo)*

**18/20** Bombeiros e voluntários procuram por vítimas em meio aos escombros de dois prédios que desabaram na comunidade Muzema, no Rio de Janeiro - 12/04/2019 *(Reprodução/TV Globo)*

**19/20** Bombeiros trabalham no resgate de vítimas de desabamento na comunidade da Muzema, no Rio de Janeiro - 12/04/2019 *(Reprodução/TV Globo)*

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A situação é tão grave que, em dezembro, o MPRJ expediu uma recomendação ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), para que desse fim à ocupação irregular de terras na Muzema. “O município do Rio foi acionado pelo MPRJ desde a fase inicial das atividades, mas ao longo dos anos se limitou a expedir notificações e embargos às obras, mas as medidas foram descumpridas pelos invasores”, afirmou o órgão, em nota divulgada no final do ano passado.

Segundo moradores da região, no entanto, o poder público continuou ausente da região, como ocorre em muitas das áreas nas quais a milícia assume o controle e passa a exercer a função do estado, limitando a atuação das forças de segurança e da própria Prefeitura na região.

(Com Agência Brasil)