Uma menina de 11 anos que teve que amputar uma perna após sofrer um acidente na saída do Sambódromo do Rio morreu no início da tarde desta sexta-feira, 22. Raquel Antunes da Silva estava em estado grave depois de cirurgia de oito horas no Hospital Souza Aguiar.
A morte, às 12h10 desta sexta, foi confirmada pela direção do hospital, localizado no centro da cidade, em nota enviada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
As versões sobre como se deu o episódio ainda são pouco esclarecedoras, mas o certo é que a menina foi atingida por um carro alegórico da escola Em Cima da Hora, pouco depois do fim da avenida. Ela teria sido imprensada entre o veículo e um poste depois de subir e, segundo a mãe de Raquel, as duas pernas da criança teriam ficado dilaceradas.
Segundo a família, a menina teria subido em um carro alegórico quando o veículo estava parado. O carro, no entanto, começou a se movimentar e passou ao lado do poste em uma parte estreita da via.
Acionada, a Polícia Civil fez uma perícia de quase duas horas no local e vai analisar imagens de uma câmera de segurança que pode esclarecer a circunstância exata do acidente. Alguns depoimentos já foram colhidos.
O veículo envolvido no caso também foi apreendido pela Polícia Civil, que ouvirá ainda nesta sexta-feira o presidente administrativo da escola de samba. O depoimento do auxiliar da empresa Carvalhão, que servia como guia do caminhão que puxava o carro alegórico, irá prestar depoimento na segunda-feira, 25.
Após o acidente, a Justiça determinou a adoção de uma série de medidas para tentar aumentar a segurança de crianças e adolescentes nos desfiles, entre elas a escolta dos carros alegóricos até os barracões. A decisão do juiz Sandro Pitthan Espíndola, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, acolheu pedido do Ministério Público estadual.
Além disso, o juiz também determino que a Polícia Militar coloque viaturas nas ruas próximas ao Sambódromo e que a Guarda Municipal carioca disponibilize ao menos dois guardas para circulação a pé em setores indicados.
Em nota publicada após o acontecimento, e antes da morte, a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj) disse que “as ligas das escolas de samba do Rio de Janeiro estão abaladas e se solidarizam com a família de Raquel Antunes”. Segundo a associação, uma equipe está acompanhando o caso no hospital ao lado da família da menina e colaborando com as autoridades. “Nesse momento, é preciso esperar a apuração da perícia e autoridades para novos esclarecimentos.”