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Marielle Franco: comissão da Câmara vai acompanhar investigação

Grupo de parlamentares vai acompanhar os desdobramentos do inquérito e pode ir ao Rio para supervisionar os trabalhos

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 16h38 - Publicado em 15 mar 2018, 21h38

A Câmara dos Deputados vai instituir uma comissão externa para apurar o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), do Rio de Janeiro, morta na noite de quarta-feira. O presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que vai atender ao pedido apresentado pelos deputados federais Erika Kokay (PT-DF), Jean Wyllys (PSOL-RJ), Luiza Erundina (PSOL-SP) e Wadih Damous (PT-RJ).

“Acho importante a Câmara participar, já que foi um assassinato brutal de uma parlamentar. É nosso papel fiscalizar os atos, mesmo porque os órgãos de segurança estão sob responsabilidade federal e cabe, sim, uma comissão externa para tratar desse assunto”, disse Maia. A comissão será formada por um grupo de parlamentares que devem acompanhar os desdobramentos do inquérito. Eles podem ir ao Rio para supervisionar os trabalhos.

Mais cedo, a Câmara dos Deputados realizou uma sessão solene em homenagem à Marielle Franco e ao motorista Anderson Pedro Gomes, morto junto com ela. Foram estendidas, no plenário da Casa, uma faixa com a mensagem “Marielle, presente! Anderson, presente! Transformar o luto em luta”. A vereadora do PSOL, militante dos direitos humanos, tinha trajetória crítica à atuação das polícias nas favelas.

Na noite de quarta, Marielle deixou um evento, cuja temática era a atuação de mulheres negras, acompanhada de Anderson e de uma assessora. Quando o veículo estava na altura do bairro de Estácio, no centro do Rio de Janeiro, um carro pareou ao da vereadora e disparou nove tiros. Quatro alvejaram Marielle, que morreu na hora, assim como o motorista. A assessora foi atingida por estilhaços, passou pelo hospital e teve alta ainda na madrugada desta quinta.

Investigação

A investigação sobre a morte de Marielle está, neste momento, sob a responsabilidade da Polícia Civil do Rio de Janeiro. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, porém, cogita pedir ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que a investigação seja federalizada, isto é, que passe para o controle da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

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A articulação gerou reação do chefe da Polícia Civil, o delegado Rivaldo Barbosa, que se disse aberto ao apoio de outros órgãos, mas defendeu a capacidade da entidade “para resolver este caso”. Em pronunciamento, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que a polícia do Rio tem a “confiança” do governo federal para esclarecer o assassinato da vereadora.

O ministro disse que não vai “obstaculizar” um eventual pedido de Dodge, mas argumentou que, com a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, “a rigor, a investigação já está federalizada”.

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