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Manchas de óleo atingem Baía de Todos-os-Santos, na BA, e Maragogi, em AL

Segundo monitoramento do Ibama, já há 178 pontos afetados na costa brasileira

Por Da Redação 18 out 2019, 02h44
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  • As manchas de óleo que atingem o litoral do Nordeste desde setembro chegaram nesta semana a pontos turísticos importantes da região, entre eles a Baía de Todos-os-Santos, na Bahia, e piscinas naturais de Maragogi e Japaratinga, em Alagoas. Segundo monitoramento do Ibama, já há 178 pontos afetados na costa brasileira.

    Estudo encomendado pela Marinha à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aponta que o vazamento de óleo pode ter ocorrido em uma área entre 600 km e 700 km da costa, na altura dos Estados de Sergipe e Alagoas. Na Baía de Todos-os-Santos, manchas de óleo foram vistas nesta quinta-feira, 17, em quatro praias muito procuradas por banhistas: Jaburu, Barra do Pote, Barra Grande e Tairu.

    As praias afetadas ficam na cidade de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica. Segundo Paulo Sergio Menezes Luz, da Superintendência de Defesa Civil da Bahia (Sudec), uma equipe de 30 homens da prefeitura foi remanejada para realizar a limpeza nas áreas, com ajuda voluntária da população local. “Foram retirados até então cerca de três metros cúbicos de material”, disse.

    Em Salvador, o óleo já pode ser observado em 13 praias: Pituba, Jardim dos Namorados, Jardim de Alah, Boca do Rio, Stella Maris, Praia do Flamengo, Ipitanga, Piatã, Itapuã, Amaralina, Ondina, Rio Vermelho e Barra. Na Pituba, pescadores da Colônia Z1 não conseguiram trabalhar. “Hoje estava muito sujo e os colegas decidiram não entrar no mar, para não melar os barcos de óleo”, contou Amilton Maia, de 45 anos.

    Outro a se queixar do problema foi o ambulante Edson Gorgulho dos Santos, que há 20 anos vende bebidas e coco na praia. “A questão é que os banhistas não estão descendo, com medo do óleo, resultando em prejuízo para quem vive do comércio na praia. Os cocos que comprei no inicio da semana ainda estão aí”, disse. Nesta manhã, uma tartaruga marinha apareceu morta nas imediações.

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    Segundo Luz, há o risco de as manchas chegarem até os dois rios que desembocam na Baía. “Vamos ver se encontramos um jeito de impedir essa contaminação”, afirmou. Até o início desta tarde, haviam sido retiradas 26 toneladas de óleo das praias da capital baiana.

    Piscinas naturais de Alagoas foram afetadas

    Ao menos duas praias das cidades vizinhas de Maragogi e Japaratinga, no litoral norte de Alagoas, foram tomadas pelas manchas. Em Japaratinga, onde foi detectado o maior volume de óleo, ao menos 40 trabalhadores da prefeitura atuaram para recolher o material, que começou a surgir na noite de terça-feira, 15.

    Equipes da Capitania dos Portos, do Ibama e do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) monitoram o avanço do produto. “Infelizmente, a gente não sabe o volume de óleo que foi derramado no mar, para saber se o fenômeno está aumentando ou diminuindo”, afirmou o coordenador de gerenciamento costeiro do IMA, Ricardo César. Até o momento, 132 toneladas de óleo já foram recolhidas de praias alagoanas.

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    Na manhã de quarta-feira, 16, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, esteve em Japaratinga, acompanhado do vice-governador de Alagoas, Luciano Barbosa (MDB). Na ocasião, voltou a afirmar que o óleo teria origem venezuelana e que a hipótese mais provável é que o produto tenha vazado de um navio.

    “Temos avançado em todas as medidas disponíveis para investigar a origem do óleo”, disse Salles. “Nós não sabemos a quantidade de óleo que ainda há no mar. Portanto, não dá para mensurar se (o aparecimento das manchas) parou ou não.”

    Um grupo técnico de acompanhamento (GTA) do governo de Alagoas informou que estuda contratar mais pessoas para ajudar a remover o óleo que chega às praias. “No momento, está em andamento e avaliação a forma de viabilizar a contratação de trabalhadores locais através do pagamento de diárias de serviço, para ação imediata no momento do aparecimento de manchas de óleo”, diz, em nota.

    (Com Estadão Conteúdo)

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