Lula critica “extrema direita xenófoba” e defende aproximação com a África
Presidente discursou na abertura da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na abertura da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana neste sábado, 17, na Etiópia. Em sua fala, o presidente criticou a “extrema-direita racista e xenófoba” e defendeu uma reaproximação do Brasil com o continente africano.
O petista iniciou seu discurso dizendo que a luta africana tem muito em comum com os desafios do Brasil, falou sobre transição energética, criticou as teses do estado mínimo e afirmou que não será possível a abertura de novo ciclo de expansão mundial sem a participação dos países em desenvolvimento.
“O Sul Global está se constituindo em parte incontornável da solução para as principais crises que afligem o planeta. Crises que decorrem de um modelo concentrador de riquezas, e que atingem sobretudo os mais pobres – e entre estes, os imigrantes. A alternativa às mazelas da globalização neoliberal não virá da extrema-direita racista e xenófoba. O desenvolvimento não pode ser privilégio de poucos”, declarou Lula.
O presidente prometeu ampliar o número de bolsas ofertadas para receber estudantes africanos em instituições públicas de ensino superior e disse que o governo está disposto a desenvolver programas educacionais na África e intercâmbio de professores e pesquisadores.
O petista ainda manifestou o desejo de ampliar a parceria com os países africanos na área da saúde. “Há muito a aprender com as estratégias sanitárias de ambos os lados, e a possibilidade de estruturar sistemas públicos robustos e de alcance amplo”, disse. “Para levar adiante todas essas iniciativas vamos criar um posto avançado de cooperação junto à União Africana em setores como pesquisa agrícola, saúde, educação, meio ambiente e ciência e tecnologia”, acrescentou.
Durante sua fala, o presidente também condenou os ataques do Hamas contra civis israelenses, pediu a liberação imediata de todos os reféns e rechaçou a “resposta desproporcional de Israel” contra palestinos em Gaza. “A solução para essa crise só será duradoura se avançarmos rapidamente na criação de um Estado palestino. Um Estado palestino que seja reconhecido como membro pleno das Nações Unidas”, afirmou.