O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na noite desta quinta-feira, 13, a prisão do italiano Cesare Battisti, condenado na Itália por quatro assassinatos na década de 1970, quando integrava a organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Ele chegou ao Brasil em 2004. Segundo o Jornal Nacional, da TV Globo, Fux determinou que a Interpol prenda Battisti, que atualmente vive em Cananeia, litoral de São Paulo.
Em novembro de 2009, o plenário do STF havia autorizado a extradição do ex-militante de esquerda, pedida pelo país europeu. No último dia de seu mandato, em 31 de dezembro de 2010, no entanto, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou Cesare Battisti a ficar no país e negou a extradição.
Na decisão, segundo o Jornal Nacional, Luiz Fux entendeu que, como o STF havia determinado que Battisti fosse extraditado, o asilo pode ser revisto por outro presidente da República. Tanto o presidente Michel Temer quanto o futuro ocupante do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, que toma posse em janeiro, já demonstraram a intenção de mandar Cesare Battisti de volta à Itália. Ele teve um filho com uma brasileira.
Em outubro de 2017, Battisti foi preso pela Polícia Federal em Corumbá (MS) por, segundo a PF, tentar cruzar a fronteira com a Bolívia carregando 6.000 dólares e 1.300 euros. Ele ficou três dias detido, até ser libertado por uma decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3). Um mês depois, a Itália pediu ao governo Temer que revisse o asilo político a Battisti.
Procurada pela reportagem, a defesa de Cesare Battisti afirma que ainda não foi notificada a respeito da decisão do ministro do STF.