A palavra “nômade” pode ser associada a quem vive se deslocando de um lugar para outro. No caso de Lênin Palhano, o termo que dá nome ao restaurante liderado por ele também estabelece uma ponte com a sua trajetória profissional. Nascido em Jataizinho, no interior do Paraná, o chef, de 32 anos, inaugurou sua sequência de movimentações na carreira ao lutar por um sonho que começou em Londrina, em 2006, e prosseguiu na capital: concluir sua formação universitária na área de turismo. Pressionado pelas despesas da época, Palhano passou a se dividir entre a faculdade e o emprego de lavador de pratos numa rede de fast-food. O que parecia um primeiro contato pouco sedutor com esse nicho provocou um grande ajuste de rota. “Descobri, ali, que queria ser profissional do ramo”, recorda. Depois de “pular” para a gastronomia e finalizar o curso nessa área, ele trabalhou no extinto DOP Cucina, no Terra Madre Ristorante e no C’La Vie. Nesse período, teve a chance de vivenciar, por quinze dias, em Lima, a cozinha do peruano Central, um dos restaurantes mais celebrados da América Latina. Com uma base sólida e já ligado ao projeto do Nomade, decidiu ampliar seus horizontes. Fez estágios em alguns medalhões nacionais: o carioca Lasai e os paulistanos Mocotó e Epice. Esse rico mix de influências ajudou o chef a formatar um menu ousado, apoiado em elementos europeus e brasileiros, mas com uma expressiva veia regional — algo que ele intensificou, com maior aproveitamento de insumos típicos do estado, a partir de meados de 2017. Hoje, os frutos de três temporadas num mesmo endereço estão evidentes na repetição da conquista pessoal de Palhano e no prêmio de melhor restaurante da cidade para a casa que ele comanda, dentro do elegante hotel Nomaa. Ou seja, a definição “que vagueia sem destino”, outro significado possível para o termo nômade, está longe de se aplicar ao chef ou ao seu local de trabalho.
2º lugar: Giuliano Hahn (Armazém Santo Antonio)
3º lugar: Dudu Sperandio (Ernesto Ristorante)