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Justiça decreta prisão de seguranças que torturaram adolescente

Adolescente foi açoitado pelos funcionários do supermercado após ser pego furtando um chocolate

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 set 2019, 21h06 - Publicado em 4 set 2019, 20h48
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  • A Justiça de São Paulo decretou nesta quarta-feira, 4, a prisão temporária por 30 dias dos dois seguranças que foram gravados torturando um adolescente de 17 anos no supermercado Ricoy, na Zona Sul de São Paulo. O menor foi acusado de furtar um chocolate do estabelecimento. A decisão foi assinada pela juíza Tatiana Saes Valverde Ormeleze.

    No mês passado, em data ainda não explicitada, o segurança Valdir Santos, abordou o adolescente e percebeu que ele havia furtado um chocolate. Junto com o colega Davi Fernandes, 37, ele levou o menino até uma sala nos fundos do supermercado, onde o obrigaram a tirar parte da roupa e a abaixar a calça.

    A dupla, então, teria usado fios elétricos trançados para improvisar um chicote e espancá-lo. Uma bola de papel foi colocada na boca do menino para que ele aguentasse a sessão de tortura sem alarmar os demais clientes. O espancamento se prolongou por cerca de 40 minutos, segundo depoimento do menino aos policiais do 80º Distrito Policial (Vila Joaniza), onde o caso foi registrado.

    “Há fortes elementos ligando os representados à autoria do crime de tortura, tanto que foram divulgadas gravações do ofendido sendo açoitado pelos seguranças. Ademais, o relato da vítima é detalhado em apontar como ocorreram as agressões”, escreveu a magistrada.

    A prisão dos seguranças foi pedida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. Se condenados, eles podem responder pelo crime de tortura, que prevê pena de dois a oito anos de detenção.

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    Morador de rua

    O adolescente que aparece no vídeo vive nas ruas desde os 12 anos, quando perdeu o pai e desenvolveu o vício em drogas. Caçula de uma família de sete irmãos, o jovem frequentava uma favela próxima ao estabelecimento comercial e costumava receber ajudas esporádicas dos parentes, que vivem na mesma região da cidade. Sua presença no supermercado da rede Ricoy era constante.

    Até a tarde desta quarta, a vítima de espancamento ainda não tinha recebido a visita da mãe, que é alcoólatra e com quem não convive há mais de cinco anos. Aos outros filhos ela disse estar muito abalada com a situação.

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