A Justiça Federal decidiu arquivar, por falta de provas, um inquérito contra o deputado estadual Carlos Minc (PSB-RJ), por suspeitas de corrupção durante o governo de Sergio Cabral no Rio. A investigação era fruto da delação feita em 2018 por Carlos Miranda, ex-operador de Cabral. Ele acusou o parlamentar de receber propina paga pela construtora Queiroz Galvão, quando Minc ocupava o cargo de Secretário Estadual de Meio Ambiente.
A decisão, assinada pela juíza Caroline Vieira Figueiredo, foi tomada após requerimento do Ministério Público Federal, que pediu que a denúncia fosse arquivada. Antes, Minc chegou a ser ouvido pela Polícia Federal e teve seus sigilos quebrados, mas a investigação também não encontrou provas de que o parlamentar estivesse envolvido no esquema.
Na delação, segundo Carlos Miranda, Minc e Marilene Ramos, ex-diretora do BNDES e na ocasião relatada pelo presidente do Inea, teriam recebido 300 mil reais em propinas “em razão de obra no Canal do Cunha”, que fica às margens da Linha Vermelha. O delator também afirmou que o dinheiro foi “posteriormente abatido do valor devido pela Queiroz Galvão a Cabral”.
Minc afirma, no entanto, que à época sequer era secretário de Cabral e exercia o cargo de ministro do Meio Ambiente durante o segundo mandato do governo Lula. Ele permaneceu de 2007 a 2008 sob a tutela do ex-governador do Rio, quando deixou a pasta para assumir o ministério em Brasília.
“Estava defendendo a Amazônia e participando das conferências internacionais do clima. Foram cinco anos, e o mais incrível é que o delator tinha ouvido dizer. A obra sequer foi licitada pela Secretaria do Ambiente, e sim por uma fundação da UFRJ. Foram cinco anos de desgaste político e pessoal enorme. E as provas foram pela minha inocência”, diz o deputado.