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Jovens são detidas após se beijarem em culto de Feliciano

Apoiado por fieis, deputado pediu para que as jovens fossem algemadas e retiradas do evento religioso, em São Sebastião, no litoral norte de SP

Por Da Redação
16 set 2013, 18h20
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  • Duas estudantes foram detidas na noite deste domingo após se beijarem em protesto contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), durante um evento religioso, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Joana Palhares, de 18 anos, e Yunka Mihura, de 20, iniciaram o protesto quando Feliciano começou a pregar para aproximadamente 2 000 fieis, por volta das 23h;

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    Ao ver as mulheres se beijando, o deputado pediu à Guarda Civil Municipal (GCM) que as detivessem e a retirassem do culto. “Essas duas precisam sair daqui algemadas”, bradou Feliciano do palanque, sob aplausos dos evangélicos, que assistiam à sua pregação. Do palco, ele indicava aos policiais onde se encontravam as jovens no meio da multidão.

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    Um forte esquema policial foi montado pelas polícias Civil, Militar e Guarda Civil Municipal (GCM) com o objetivo de evitar manifestações durante a 5º edição do evento Glorifica Litoral. As duas meninas foram presas e encaminhadas para o 1º Distrito Polcial de São Sebastião. Elas foram liberadas após prestarem depoimento.

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    Segundo Joana, os policiais foram truculentos e teria havido agressões por parte dos agentes. Ela relatou que, junto com a companheira, foi levada para debaixo do palco, onde disse ter sido agredida por diversos GCMs. “Eles (guardas) simplesmente me jogaram na grade e depois nos levaram para debaixo do palco, onde fui agredida por três guardas e ainda levei dois tapas na cara, mesmo algemada. Tudo isso por causa de um beijo”, queixou-se Joana.

    Denúncia – O advogado Daniel Galani, que representa as jovens, informou que formalizará uma denúncia contra o deputado na Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Foi uma afronta gravíssima aos direitos humanos e ao direito à livre expressão”, avaliou. “Como o deputado tem foro privilegiado, vamos ver como a OAB pode interferir nesta questão”.

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    Um boletim de ocorrência foi registrado pelas estudantes contra os guardas municipais que participaram da ocorrência. “Vamos apresentar também uma denúncia na corregedoria da Guarda Municipal para que apure o caso”. Ainda segundo o advogado, as estudantes não mantêm relacionamento homoafetivo. “Apenas se beijaram para se manifestarem contra a posição preconceituosa do deputado”.

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    Contando com o apoio do público, o deputado criticou a atitude das jovens citando os seus pais. “O que pensam os pais dessas meninas que vêm a um culto para beijar outra mulher? Esses baderneiros terão o troco no ano que vem, pois seremos a maior bancada evangélica da história no Congresso”.

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    O deputado não foi localizado para comentar o episódio. Em sua conta pessoal no Twitter, Feliciano postou às 16h08 três mensagens em que apenas transcreve o art. 208 do Código Penal Brasileiro. “Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: pena detenção, 1 mês a 1 ano ou multa. P.U. Se há emprego de violência, a pena aumenta de 1/3, sem prejuízo da correspondente à violência”, escreveu o deputado.

    (Com Estadão Conteúdo)

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