João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, é considerado foragido pela força-tarefa que o investiga em Goiás. “Poderá ser preso por qualquer autoridade policial brasileira ou estrangeira, com auxílio da Interpol, caso saia do país”, diz nota divulgada pelo Ministério Público de Goiás neste sábado.
O MP afirma que a polícia não obteve sucesso ao tentar encontrar o médium em seus endereços e que “o comparecimento espontâneo não ocorreu nas 24 horas seguintes à ordem de prisão, a despeito das tentativas de negociação com a defesa”. A prisão preventiva de João de Deus foi decretada na sexta-feira (14).
Neste sábado, o advogado do líder espiritual, Alberto Toron, afirmou que ele iria se entregar espontaneamente. A defesa, porém, disse que não poderia comentar sobre quando isso se daria. Toron afirmou também que deve entrar com pedido de habeas corpus na segunda-feira.
O comunicado divulgado pelo MP também trata da afirmação dos advogados de defesa de que ainda não haviam tido acesso aos depoimentos das mais de 300 mulheres que dizem terem sido abusadas sexualmente por João de Deus. “Houve despacho deferindo o pedido, mas, até o momento, o requerente não procurou o Ministério Público para retirar cópia dos autos, não obstante tentativas de contato”, diz a nota.
A Polícia Civil de Goiás, que afirma ter procurado o médium em mais de vinte endereços, acredita que ele não esteja no estado.
Desde o último dia 7, mais de 300 mulheres procuraram a força-tarefa que investiga o líder espiritual para denunciá-lo. João de Deus também é acusado pela própria filha, Dalva Teixeira, de abuso sexual. Em entrevista a VEJA, ela contou que os abusos começaram quando ela tinha 10 anos. “Ele é um monstro. Um pai que transa com a própria filha é um monstro”, disse.