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Interventor quer atacar corrupção na PM e auditar segurança

Equipe de Braga Netto se debruça sobre índices de criminalidade do Estado para cobrar resultado dos oficiais superiores dos batalhões

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 13 mar 2018, 16h36 - Publicado em 28 fev 2018, 14h17
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  • O interventor federal na segurança do Rio, general Walter Souza Braga Netto, planeja apertar o cerco a oficiais da PM responsáveis por batalhões que têm casos identificados de corrupção policial ou altos índices de criminalidade. Tenentes-coronéis da PM poderão ser trocados se não entregarem resultados esperados. E haverá auditoria em diversos setores da segurança estadual, como logística, administração e finanças, planejamento e operações.

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    Essas são algumas das estratégias que vêm sendo delineadas pelo interventor, que, oficialmente, não detalha quais metas pretende atingir. Nesta terça-feira, em sua primeira entrevista coletiva no Rio, Braga Netto afirmou apenas que espera reduzir a criminalidade em todo o Estado e fortalecer as corregedorias para combater a corrupção policial. “Nossa intenção é fortalecer as corregedorias e tomar providências para que o bom profissional seja valorizado e o mau, penalizado”, disse. Procurada pela reportagem, a PM não se manifestou.

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    Neste primeiro momento, a equipe de Braga Netto se debruça sobre índices de criminalidade do Estado. Quer, com base nas “manchas criminais” (mapas que apresentam áreas com mais incidência de crimes), cobrar resultados dos oficiais superiores dos batalhões. Os militares entendem que é preciso reforçar a hierarquia e a disciplina na PM. Segundo contou um oficial do Exército, a mensagem é: “não rezou a cartilha, será substituído”.

    O chefe do gabinete de intervenção, general Mauro Sinott, disse que os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), responsável pelas estatísticas oficiais e que têm como origem os registros da Polícia Civil, são auditados e confiáveis. Braga Netto chancelou: “Com relação à transparência, vocês não precisam se preocupar, porque o sistema será transparente. O instituto vai continuar e aprimorar seu trabalho, os resultados continuarão sendo divulgados”.

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    Efetivo e veículos

    Outro foco será a recomposição do efetivo da PM, por meio do resgate de policiais que hoje estão cedidos a outros órgãos, e também da frota de veículos usada no patrulhamento, que está sucateada. Antes da intervenção, a Secretaria de Segurança tentava recompor o efetivo e os veículos, mas faltou dinheiro – o Rio decretou calamidade nas finanças em junho de 2016.

    Questionado, Braga Netto disse não ter informações sobre os recursos para as ações. “No momento, temos o que está previsto no decreto: recursos de segurança pública já existentes no Estado, e Brasília nos dará um aporte. Mas eu ainda não tenho as informações de valores.”

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    Por enquanto, o interventor deixará apenas as Polícias Civil e Militar nas ações diretas de investigação e patrulhamento ostensivo em áreas de confronto. As Forças Armadas continuarão prestando apoio operacional em cercos e desobstruções de vias. É o que vem sendo feito desde 2017, quando foi iniciada mais uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio.

    Os militares têm feito blitze em estradas e checagem de eventuais prontuários criminais de moradores em zonas de confronto, na busca por procurados pela Justiça. Nesta terça, 500 homens atuaram em duas favelas da zona oeste: Vila Aliança, em Bangu, e Coreia, em Senador Camará. Não houve abordagens nem confrontos, só a retirada de barreiras supostamente instaladas por bandidos para impedir o trânsito de agentes de segurança.

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    Durante a operação, iniciada às 8h, foram usadas 15 máquinas de engenharia, como caminhões e tratores, e 60 viaturas das Forças Armadas, segundo o Comando Militar do Leste. Ninguém foi detido, mas a ação repercutiu entre moradores das duas comunidades, que postaram imagens e comentários nas redes sociais.

    O interventor não planeja que os militares assumam a dianteira das operações, como ocorreu na época da ocupação do complexo de favelas da Maré. Mas a avaliação de oficiais próximos a Braga Netto é que ele seguirá as palavras do presidente Michel Temer, que disse que os militares devem “partir para o confronto se houver necessidade”. Assim, não está descartado que as tropas voltem a cumprir mandados de busca e apreensão, realizar capturas e patrulhamento.

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    Ainda nesta terça, Braga Netto se reuniu com secretários de Segurança de São Paulo, Espírito Santo e Minas por mais de duas horas. Os Estados pediram celeridade e integração na área de inteligência para poder acionar os respectivos aparatos policiais nas divisas, quando necessário.

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