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Imóvel vizinho a hospital que pegou fogo no Rio é interditado

'As paredes da cozinha e do banheiro estão ainda quentes por causa do calor e do fogo. Não temos como continuar aqui', disse moradora

Por Jana Sampaio
Atualizado em 13 set 2019, 15h48 - Publicado em 13 set 2019, 13h07

Uma casa vizinha ao Hospital Badim, na Zona Norte do Rio, que pegou fogo na noite de quinta-feira 12, foi interditada na manhã desta sexta-feira, 13. Segundo a Defesa Civil do Estado, há risco de desabamento de parte do revestimento do prédio da unidade de saúde. A casa fica em uma vila atrás do hospital. O incêndio resultou na morte de dez pessoas, de acordo com o Instituto Médico Legal (IML).

A representante comercial Renata Zambroni, de 40 anos, soube do incêndio pela mãe, que estava em casa no momento em que o hospital pegou fogo. Renata mora na casa parcialmente interditada com o marido, a mãe, duas filhas e a enteada. “Minha mãe ouviu o barulho de explosão e do vidro da sala quebrando. Ficamos com medo do fogo afetar a casa porque tinha muita fumaça aqui”, disse.

Segundo ela, apesar de não ter sido orientada a deixar o local, não é possível ficar no imóvel devido ao cheiro de mofo e à condição em que a casa ficou após o incêndio. “Nos dividimos na casa de parentes porque o hospital não nos procurou em momento algum para oferecer suporte”, disse Renata, que vai contratar um engenheiro particular para fazer um laudo do imóvel. A casa é geminada ao hospital e ficou com vidros quebrados e paredes rachadas e estufadas. No chão da sala é possível ver algumas das pedras que faziam parte da decoração e caíram. “As paredes da cozinha e do banheiro estão ainda quentes por causa do calor e do fogo. Não temos como continuar aqui”, explicou.

Coordenador de Operações da Defesa Civil, Sérgio Gomes afirmou que, além desta casa, outras cinco localizadas nos fundos do prédio foram vistoriadas. Os prédios ao lado da unidade de saúde também passam por vistorias.

Até as 15h desta sexta, cinco imóveis haviam sido interditados. Além da casa de Renata, que foi interditada parcialmente, outros três imóveis foram interditados, todos na vila onde a representante comercial mora. Uma casa foi interditada parcialmente e outras duas de forma total. Uma garagem no número 392 da rua São Francisco Xavier também foi interditada.

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Pedras que decoravam as paredes caíram no chão da casa (Jana Sampaio/VEJA)

Perícia no hospital

O delegado da 18ª Delegacia de Polícia Civil, Roberto Ramos, disse que seis agentes fizeram a perícia do hospital desde as 8h. O trabalho foi dificultado por causa do forte calor, baixa luminosidade e fumaça que continuam no prédio. “Sabemos que o gerador pegou fogo, mas não sabemos se ele foi a causa do incêndio. Por isso, não descartamos nenhuma hipótese”, disse.

Segundo ele, ainda há muita água no chão do hospital e, por isso, está se certificando de que a luz do prédio está cortada para que não haja nenhum acidente com os peritos. O delegado informou ainda que foram coletadas imagens do circuito interno de segurança do hospital e o desenho da edificação para estudar como o fogo se propagou.

Os peritos deixaram o local por volta das 15h e vão retornar às 8h de sábado para continuar os trabalhos. A equipe conseguiu acessar o gerador e deixou uma bomba para drenar a água no chão do hospital.

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Lília Dillon, de 63 anos, síndica do prédio ao lado do hospital, disse que estava em casa na hora que o incêndio começou. Ela foi informada pelo porteiro sobre o fogo e a fumaça que invadiam o imóvel. “Evacuamos o prédio assim que o incêndio começou. Nenhum morador dormiu aqui porque tememos que o incêndio irradiasse para o nosso prédio”, contou ela, moradora do primeiro andar. A síndica, que assim como os vizinhos estava na calçada do imóvel, disse que o cheiro de fumaça ainda é forte. “Tive medo. Peguei minha mochila com os documentos e deixei o prédio pensando no pior. Não tiro da cabeça a imagem de terror no rosto dos pacientes que vi deixando o hospital”, explicou.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros segue acompanhando o trabalhando dos peritos no Hospital Badim. A ação preventiva é para evitar que novos focos de incêndio se alastrem e atrasem o trabalho de rescaldo.

Cozinha do imóvel ficou com rachaduras depois do incêndio no hospital vizinho (Jana Sampaio/VEJA)
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