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Ilhados pelo coronavírus: o pesadelo da viagem dos sonhos na Tailândia

Embaixada brasileira entrou em ação para ajudar 280 brasileiros que querem voltar do país asiático

Por João Batista Jr. Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 mar 2020, 13h40 - Publicado em 26 mar 2020, 13h23

Com a intenção de comemorar o aniversário de 15 anos da caçula da família, o irmão mais velho decidiu organizar ao longo de um ano uma viagem dos sonhos. Escolheu um destino paradisíaco (Tailândia) e selecionou os roteiros mais legais (Krabi, Phi Phi, Railay…) — até que a pandemia transformou a viagem em um pesadelo. Luiz Gabriel Souza Rodrigues, 23 anos, que trabalha no mercado financeiro, quis dar uma experiência inédita como presente para a irmã Heloisa. Antes de embarcarem rumo às comemorações, no início de março, fizeram uma mudança de rota. A título de precaução, eles iriam trocaram a Air China pela Emirates Airlines.

Partiram de São Paulo no dia 8, com escala em Dubai tendo como destino final Bangcoc. Naquele momento, o Brasil registrava um caso confirmado de coronavírus. A Tailândia tinha um pouco mais – trinta casos – mas a situação por lá era tida pela autoridades como controlada. Não parecia um cenário que pudesse atrapalhar a intenção de curtir a viagem. Os dois estiveram em templos milenares, santuários de elefantes e praias paradisíacas. Na Tailândia, como quase em toda Ásia, é comum ver transeuntes usando máscaras cirúrgicas. Na entrada de lojas e restaurantes, sempre há um dispositivo com álcool gel. A sensação de segurança sanitária estava por todo lugar.

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Ocorre que o coronavírus atingiu o mundo todo como um terremoto. Explodiram os casos na Tailândia e no Brasil. “Notamos as praias ficarem desertas e restaurantes, fechados”, diz Luiz Gabriel. Era só o começo. Ao abrir o aplicativo da Emirates Airlines, souberam que o voo de retorno ao Brasil agendado para o dia 28 de março havia sido cancelado. Na verdade, a Emirates adotou a medida de não voar mais durante a pandemia. Não há telefone ou escritório da companhia para pedir socorro. O sinal amarelo acendeu. O site da embaixada do Brasil na Tailândia informava que aquele não era o momento ideal de viajar. Mas os dois já estavam do outro lado do mundo. Sinal vermelho. “Mandei um e-mail para embaixada e, em questão de horas, me responderam dizendo que estavam tentando contato com companhias aéreas”, diz Luiz Gabriel. Enfim, uma ponta de esperança.

Luiz Gabriel e Heloisa na paradisíaca Chicken Island, em Krabi: empresa aérea queria receber o equivalente a 10 000 reais pagos em dinheiro vivo (Acervo Pessoal/VEJA)

Ao todo, há cerca de 280 turistas brasileiros na Tailândia na mesma situação, com voos cancelados e querendo retornar ao país. Diante desse caos de saúde e aéreo, os preços dos tíquetes foram parar nas nuvens: os valores variam de 50 000 a 100 000 reais pela Qatar Airways. Opções pela Europa inexistem com as fronteiras fechadas. O governo brasileiro escolheu negociar um voo da Ethiopian Airlines para ratear o valor do entre os passageiros. Essa é a única opção. “Em um primeiro momento, foi pedido para pagarmos o valor equivalente a 10 000 reais em moedas locais. Ficou inviável. Qual banco nos deixaria sacar tudo isso por aqui?”, diz. Até por orientação do governo tailandês de evitar aglomerações, o pagamento em dinheiro faria com que todos tivessem de ir ao escritório da Ethiopian no centro de Bangkok. Após reclamação, a companhia aérea autorizou o pagamento em cartão ou Pay Pall.

O voo de retorno com os brasileiros está previsto para deixar Bangcoc no dia 28, mediante medição de temperatura. A partir do momento em que o voo foi colocado online pela companhia para permitir compras pelo cartão, ele se tornou público e não mais exclusivo aos brasileiros. Sendo assim, não se sabe quantos dos 280 brasileiros na Tailândia conseguirão retornar.

Os irmãos Luiz Gabriel e Heloisa estão hospedados em um hotel ao lado do aeroporto da capital tailandesa, indicado pela própria embaixada. Eles tiveram sorte um dia após fazerem check-in — a partir disso, o hotel passou a não aceitar novos hóspedes. Na quarta, 25, a Tailândia declarou fechamento de todas as suas atividades comerciais como forma de conter o avanço da epidemia. Enquanto não chega a hora e o dia do embarque, os irmãos se mantém informado por mensagens postadas em um grupo de WhatsApp chamado “Perdidos na Tailândia”. “Só vou relaxar mesmo quando chegar em minha casa no Brasil”, diz Luiz Gabriel.

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