O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como “inaceitável” o laudo médico falso usado pelo candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), contra Guilherme Boulos (PSOL) na última sexta-feira 4. Ao votar na manhã deste domingo na capital paulista, o petista disse que o coach é um “estelionatário”, pediu rigor da Justiça Eleitoral no caso e afirmou que é preciso “ter clareza que tem muita coisa em jogo”.
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“Estamos dizendo há algum tempo que nós temos um estelionatário concorrendo à prefeitura de São Paulo. É uma coisa muito grave. É uma pessoa que é estelionatária e foi acusada e condenada por estelionato e comete um estelionato durante a campanha eleitoral. É uma coisa grave”, disse Haddad. Ele ressaltou que espera da Justiça Eleitoral o “rigor necessário pra evitar esse tipo de coisa”. “Todo mundo que é democrata, gosta de uma competição saudável, do fair play… agora o que aconteceu ontem é inaceitável. Não dá pra ser assim”, acrescentou.
“A maior cidade do Hemisfério Sul, a cidade mais importante da América Latina… vamos votar consciente, vamos ter clareza que tem muita coisa em jogo. São Paulo, apesar de ser uma cidade, o que acontece aqui tem repercussão nacional. É diferente de tudo o que a gente conhece pela sua importância, pela sua grandeza. Na verdade, nós não estamos elegendo o prefeito de São Paulo, mas uma pessoa que vai ter voz nacional. É muito importante votar conscientemente e usar o voto pra fazer o saneamento que a vida pública precisa. A cada ciclo a gente quer melhorar a representação”, opinou o ministro.
Haddad também alertou para os perigos das notícias falsas e disse que Marçal “testa os limites” da democracia para saber até onde pode ir.
“Nós estamos alertando há muto tempo. A fake news, a mentira você sabe como começa, mas não sabe como termina. E nós estamos vivendo fake news há muitos anos no Brasil e tolerando isso. Quando você vai tolerando uma coisa que está manifestamente errada, o transgressor começa a testar os limites. E o que aconteceu ontem [acusação falsa de Marçal] foi isso. Um estelionatário testando os limites do que é possível numa eleição pra ganhar. Isso é inaceitável. Quem gosta de liberdade, quem gosta de democracia, quem quer um jogo justo pra que a população defina o seu próprio destino não pode aceitar esse tipo de coisa. Então o rigor nesse caso ele é absolutamente necessário pra que ninguém se aventure a fazer ainda pior. Porque a cada ciclo nós estamos piorando a qualidade da nossa democracia se nós não zelarmos pelas regras que a garantem”, concluiu o ex-prefeito.