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Grávida tem pedido por cesárea negado e morre após parto normal em SP

Hospital disse que episódio foi um 'fato isolado' e que abriu sindicância para apurar a morte; caso é investigado também pela polícia e por vereadores

Por Da Redação
2 Maio 2019, 13h48

A morte da estudante Ana Paula Saqui de Paula, de 18 anos, provocou indignação e cobrança por investigações em Boituva, cidade de cerca de 60.000 habitantes na região de Sorocaba, no interior de São Paulo.

Baseado em relatos dos familiares, que registraram boletim de ocorrência, seis dos treze vereadores protocolaram um pedido de comissão especial de inquérito (CEI) na Câmara Municipal. De acordo com a família, no domingo, 26, Ana Paula chegou ao Hospital São Luiz em trabalho de parto. Reclamando de fortes dores, ela requisitou uma cesárea, que, segundo a família, não teria sido realizada por falta de anestesistas no local.

Sem a opção pela cirurgia, a jovem passou por um parto normal, dando à luz o bebê por volta do meio-dia. Após o procedimento, Ana Paula sofreu uma hemorragia e morreu na manhã de segunda-feira, 27, quando estava sendo transferida para um hospital em Sorocaba. A bebê já teve alta. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Boituva.

Em nota, a Fundação Luiz João Labronici, que administra o Hospital São Luiz, classificou o episódio como um “fato isolado” e afirmou ter aberto uma sindicância administrativa interna, com a participação da defesa da família, para apurar as responsabilidades. “A Fundação Luiz João Labronici, que realiza em média 700 partos por ano, reforça que o ocorrido se tratou de um fato isolado, bem como que, ao longo de sua história, sempre procurou zelar pelas boas práticas”, disse.

A fundação também afirma que “tomou providências imediatas no sentido de apurar os fatos”. “Esclarece que deu início à oitiva dos colaboradores do nosocômico (médicos, enfermeiros etc.) na data de 29 de abril de 2019, da qual está participando a advogada da família da parturiente, doutora Erica Cristiane Bonfatti Polli de Oliveira”, completa.

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A defesa do direito à cesarea na rede pública, na contramão de um estímulo recorrente ao parto normal, é uma das principais bandeiras da deputada estadual Janaina Paschoal (PSL). Em entrevista a VEJA em janeiro, ela afirmou que os hospitais da rede pública estão restringindo as opções de parturientes.

“Quero, por exemplo, garantir às mulheres o direito de fazer cesáreas na rede pública. Não sou contra o parto normal, mas ele não pode ser imposto”, disse, à época, dois meses antes de assumir o mandato. Pelas redes sociais, a deputada estadual afirmou estar elaborando o projeto de lei sobre o tema.

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