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Em Curitiba, Ratinho pede votos para o filho e diz que campanha falhou

Candidato à prefeitura da capital paranaense exibe o apresentador de televisão em cada evento de campanha. Mas isso pode não ser suficiente para a vitória

Por Gabriel Castro, de Curitiba
27 out 2012, 16h54

“Foi um erro de estratégia do nosso pessoal de marketing. Todo mundo sabe que eu sou amigo do Lula

Em uma ensolarada tarde de sábado, véspera de segundo turno, a carreata de Ratinho Júnior (PSC) segue pela Cidade Industrial, bairro de baixa renda de Curitiba. De cima da camionete, o apresentador de TV Ratinho dirige-se ao locutor que pede votos para o candidato e cochicha: “A luta do povo contra a elite”. Ato contínuo, o homem brada ao microfone: “É a luta do povo contra a elite!”.

Nos bairros humildes da zona norte de Curitiba, o discurso parece agradar. Nessa região, a carreata de Ratinho Júnior, o candidato do PSC à prefeitura, é recebida de forma calorosa por onde passa. Mas boa parte dos acenos vai para o pai do candidato.

“Eu sou o cabo eleitoral mais popular dele. Mas não o principal”, diz o apresentador de TV. Ao lado do filho em cada evento de campanha, Ratinho diz que a ideia da candidatura foi tomada de forma solitária por seu herdeiro. Pode até ser verdade, mas a campanha recorre todo o tempo à popularidade do pai do candidato. Um dos panfletos distribuídos na fase decisiva da campanha exibe, na primeira página, uma foto de Ratinho pai com os dizeres: “Por que votar no meu filho”. Nas folhas seguintes, um resumo das propostas de Ratinho Júnior.

Datafolha: Fruet marca 60%, e Ratinho Jr., 40%

O mascote da campanha é Xaropinho, o roedor que é coadjuvante do programa de Ratinho (o pai) no SBT. Em alguns eventos de campanha, integrantes da trupe do arpesentador marcaram presença.

No sábado decisivo, entretanto, a carreta de Ratinho chamava a atenção também para a falta de apoiadores políticos ou artísticos. Na carroceria da caminhonete onde pai e filho acenavam para os eleitores, o deputado federal Fernando Francischini (PEN) era a única figura digna de nota. Nem o vice, Ricardo Mesquita, apareceu.

Ratinho Júnior terminou o primeiro turno na liderança, com 34% dos votos. Mas, na segunda etapa, ele viu o adversário Gustavo Fruet (PDT) abriu uma vantagem consistente ns pesquisas.

Ratinho pai acredita que Gustavo foi favorecido por uma falha de avaliação da equipe de Ratinho Júnior, que passou a exibir ataques ao PT no horário eleitoral. “Foi um erro de estratégia do nosso pessoal de marketing. Todo mundo sabe que eu sou amigo do Lula”, diz ele.

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Paradigma – Apesar da onipresença do apresentador de TV na campanha de Ratinho Júnior, o candidato do PSC à prefeitura não é um poste. Depois de uma passagem pela Assembleia Legislativa do Paraná, ele está no segundo mandato de deputado federal. É formado em Comunicação, fez pós-graduação em Direito na Espanha, exibe certa articulação ao falar e não passa vergonha nos debates. Mas talvez seja preciso mais do que isso para superar o capital político do adversário Gustavo Fruet e do PT paranaense.

Aos 31 anos, o candidato conforma-se com a eventual derrota: diz que, por ser de um partido pequeno e não ter contado com o apoio de grandes lideranças no Paraná, já pode se dizer vitorioso: “É uma quebra de paradigma”.

A propósito: a menção à luta contra as elites não é inadequada para um candidato que tem um patrimônio declarado de 7,6 milhões de reais? Ratinho Júnior responde com uma meia-verdade: “Eu sou o primeiro candidato que não é de família tradicional”.

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