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Eleições: a seca de novas ideias dos competidores sobre tragédias naturais

As respostas mostram uma grande quantidade de planos genéricos; especialistas ressaltam urgência de investimentos em Defesa Civil

Por Bruno Caniato Atualizado em 3 jun 2024, 16h37 - Publicado em 31 Maio 2024, 06h00
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  • PORTO ALEGRE, BRAZIL - MAY 6: Aerial view of the flooded Beira-Rio Stadium on May 6, 2024 in Porto Alegre, Brazil. Rescue efforts continue in Porto Alegre due to the floods caused by the heavy rains that have battered Brazilian State of Rio Grande Do Sul. A State of Public Calamity has been called by local government while 281 municipalities have been affected, thousands of people have been displaced and damages in infrastructure cause difficulties to access affected areas or big power outages around the state. (Photo by Max Peixoto/Getty Images)
    Beira-Rio, em Porto Alegre (Ramiro Sanchez/Getty Images)

    A catástrofe que atinge o Rio Grande do Sul vai inevitavelmente colocar o enfrentamento de tragédias naturais na pauta das eleições municipais. Até o momento, no entanto, o debate é uma seca de novas ideias. VEJA enviou questionário para saber o que pensam sobre o tema os principais competidores em cinco capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador). As respostas mostram uma grande quantidade de planos genéricos.

    Um dos principais problemas é a ausência de ações urgentes. Muitas propostas dos pré-candidatos apontam, de maneira correta, mas a longo prazo, para iniciativas como investir em coleta de lixo (para evitar o entupimento de bueiros), expandir frotas de ônibus elétricos ou com uso de etanol, apostar em materiais reutilizáveis em obras públicas e fazer obras de macrodrenagem e saneamento básico.

    Outra abordagem muito comum envolve ações de reflorestamento urbano, que permitem reduzir a velocidade das águas e facilitam a absorção das chuvas pelo solo. Em Porto Alegre, inundada pelo Lago Guaíba, a recuperação das matas no entorno de arroios, rios e córregos surge tanto na campanha do prefeito Sebastião Melo (MDB) quanto na da deputada Maria do Rosário (PT). O plano de construir parques urbanos e corredores verdes, tirando do papel o conceito de “cidades-esponjas”, é citado também nos programas do deputado Rogério Correia (PT), que disputa a prefeitura de Belo Horizonte, e do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), que tenta a reeleição.

    A maioria dos políticos reconhece que é preciso priorizar a atenção aos moradores de áreas de risco. Nesses locais, a prevenção de deslizamentos e inundações envolve amplas obras de infraestrutura urbana, como modernização dos esgotos, abertura de canais de drenagem e construção de paredões de contenção do solo. Como alternativa de curto prazo, candidatos sugerem expandir programas de moradia popular para retirar a população das regiões mais vulneráveis — a proposta está, por exemplo, no programa de Ricardo Nunes (MDB), que disputa a reeleição em São Paulo, e de Kleber Rosa (PSOL), pré-candidato em Salvador.

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    Embora haja preocupação com a adaptação das cidades para o futuro, há um notável vácuo de propostas para uma necessidade mais urgente: como atuar rapidamente no caso de tragédia. Isso é relevante porque o caos visto no Sul pode se repetir: nada menos que duas em três cidades (3 679) têm capacidade baixa ou muito baixa para reagir a desastres, segundo a plataforma Adapta Brasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Quase 1 000 têm um risco alto ou muito alto para alagamentos.

    A prevenção de mortes exige maiores equipes de emergência, equipamentos modernos, sistemas sofisticados de monitoramento e alerta e treinamento de agentes para evacuação numa crise. “É primordial que esses órgãos de defesa sejam fortalecidos e capazes de responder de forma precoce, eficaz e integrada”, diz Adriana Leiras, coordenadora-geral do Laboratório HANDs, da PUC-Rio, especializado em gestão de desastres, e da equipe técnica que elabora o Plano Nacional de Defesa Civil (PNDC).

    Publicado em VEJA de 31 de maio de 2024, edição nº 2895

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