Preso preventivamente na manhã deste domingo, 24, o delegado da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, assumiu o cargo de chefe da corporação no dia 13 de março de 2018, um dia antes do assassinato de Marielle Franco. Ele é suspeito de ter combinado com os mandantes do crime de não investigar o caso e, portanto, obstruir sua elucidação. O mandado faz parte da Operação Murder Inc., conduzida pela Polícia Federal junto ao Ministério Público do Rio e à Procuradoria-Geral da República.
Na Polícia Civil desde 2003, Barbosa foi titular da Delegacia de Homicídios do estado antes de assumir, em 2018, a chefia da corporação. Na época, ele foi escolhido pelo então secretário estadual de Segurança Pública, general Richard Nunes, e nomeado oficialmente pelo interventor federal no estado, à época o general Walter Braga Netto, conforme consta no Diário Oficial do Estado.
Apesar do decreto ter a data de 8 de março daquele ano, a publicação foi feita na edição de 12 de março do D.O. do estado, uma segunda-feira. No dia seguinte, Barbosa tomou posse à frente da Polícia Civil. Depois, na noite de quarta-feira, 14 de março de 2018, Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados no Rio de Janeiro. Agora, de acordo com as investigações, Barbosa é suspeito de ter atrapalhado o andamento do caso propositalmente, durante sua gestão.
Na cerimônia de sua posse, Barbosa fez discurso voltado, entre outros pontos, para o combate à corrupção. “Minha primeira proposta a todos é que busquemos a união dos homens de bem e a integração das instituições, sem protagonismos individuais, na luta coletiva por dias melhores para o estado. O momento exige que possíveis discordâncias fiquem para trás”, disse, na ocasião. Ele foi exonerado no primeiro dia do ano de 2019, quando assumiu o governador eleito nas eleições de 2018, Wilson Witzel.
Ao todo, foram expedidos três mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão pelo Supremo Tribunal Federal — entre os alvos, estão ainda outros membros da Polícia Civil.