A Maratona de Boston de 15 de abril de 2013 é uma página triste da história do esporte e dos Estados Unidos — naquele dia, duas bombas feitas com panela de pressão explodiram à margem das ruas da cidade. Houve três mortes e mais de 250 feridos, alguns graves. Dois irmãos chechenos foram identificados pelo FBI como os responsáveis pelo atentado. A prova foi interrompida. As equipes de resgate foram acionadas imediatamente. Os voos foram suspensos no estado de Massachusetts, com receio de que fosse indício de um outro drama como o de 11 de setembro de 2001.
Uma fotografia circulou pelo mundo como símbolo da resiliência: ela mostrava o americano Bill Iffrig, então com 78 anos, sentado no asfalto, perto da linha de chegada. Ele caíra com o deslocamento do ar da primeira explosão. Levantou-se e seguiu na corrida. Iffrig era um alpinista de escola, presidente de um clube de escalada — contudo, só começou a percorrer longas distâncias aos 42 anos. Em 2015, de volta a Boston, ficaria no segundo lugar entre atletas com mais de 80 anos. Ele morreu em 8 de janeiro, aos 89 anos, de causas não reveladas pela família.
Ecletismo nas telas
Poucos diretores da história do cinema foram tão ecléticos quanto o canadense Norman Jewison, capaz de percorrer todos os estilos com excelência. É dele o fenomenal No Calor da Noite, de 1967, drama estrelado por Sidney Poitier. Comédia romântica? Experimente Feitiço da Lua, de 1987, com Cher e Nicolas Cage. Musical? Atire a primeira pedra quem não chorou com Um Violinista no Telhado, de 1971, ou não se espantou com a coragem de Jesus Cristo Superstar, de 1973. Jewison foi indicado ao Oscar, como diretor ou melhor filme, em sete oportunidades — mas nunca venceu. Em 1999, contudo, a Academia de cinema corrigiu o erro, concedendo a ele o Prêmio Memorial Irving Thalberg pelo conjunto da obra. É honraria destinada a nomes como Cecil B. DeMille, Alfred Hitchcock e Steven Spielberg. Jewison morreu em 20 de janeiro, aos 97 anos, de causas não reveladas.
O trovão no pé
Não por acaso ele foi apelidado de rombo di tuono — o ronco do trovão, em italiano —, dada a força do chute de pé esquerdo. O centroavante italiano Luigi “Gigi” Riva fez 35 gols em 42 partidas pela seleção da Itália, um recorde. Ele foi fundamental na conquista do título europeu de 1968 e no excelente desempenho na Copa do Mundo de 1970. Fez dois gols nas quartas de final, contra o México e um na prorrogação na célebre batalha com a Alemanha de Beckenbauer. Até a final contra o Brasil de Pelé e cia., mas aí a história é outra. Riva morreu em 22 de janeiro, aos 79 anos.
Publicado em VEJA de 26 de janeiro de 2024, edição nº 2877