O apoio à presença do Exército nas ruas do Rio de Janeiro para combater a violência caiu 17 pontos em dez meses, mostra a pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira 22 pelo jornal Folha de S. Paulo e pela TV Globo. Em outubro de 2017, quando o instituto de pesquisas fez a pergunta pela primeira vez, 83% dos entrevistados se diziam a favor da ação das Forças Armadas no Rio; desta vez, o número foi de 66%.
Desde março, mês seguinte à decretação da intervenção federal na segurança fluminense pelo presidente Michel Temer (MDB), a aprovação ao uso do Exército contra a violência era de 76% – nos últimos cinco meses, portanto, a queda foi de 10%. Os que são contrários à medida passaram de 20% para 27%, desde março.
A intervenção federal no Rio foi decretada em fevereiro de 2018 por Temer. Os militares já fazem operações na capital fluminense, no entanto, desde julho de 2017, quando o emedebista que recorreu a um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para tentar solucionar a crise de segurança pública no estado.
Prevista para vigorar até 31 de dezembro deste ano, a intervenção federal é mais reprovada entre as mulheres (63%), jovens entre 16 e 24 anos (50%) e por negros (43%). Além disso, o levantamento do Datafolha mostra que, para 59% dos moradores, a presença das Forças Armadas não fez diferença na violência. Para 12%, a ação do Exército piorou o quadro – em outubro de 2017, o número era de 2%.
Na última segunda-feira 20, dois militares, o cabo Fabiano de Oliveira Santos, de 36 anos, e o soldado João Viktor da Silva, 21, foram mortos em virtude das operações no Complexo do Alemão, na Zona Norte carioca. O soldado Marcus Vinícius Viana Ribeiro também foi atingido na segunda-feira 20 e morreu nesta quarta-feira. Outros onze suspeitos foram mortos pela polícia. Esses foram os três primeiros membros das Forças Armadas a morrer desde o início da intervenção federal, que completou seis meses na última quinta-feira 16.
A pesquisa do Datafolha foi realizada entre os dias 20 e 21 de agosto, e ouviu 542 moradores da cidade do Rio de Janeiro com 16 anos ou mais. A margem de erro é de 4 pontos porcentuais.