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Como a “janonização” da campanha de Lula pode favorecer Bolsonaro

A tática do bateu-levou contra as provocações favorece adversário que tem como tática elevar a temperatura erguendo a bandeira do antipetismo

Por Sergio Ruiz Luz Atualizado em 17 out 2022, 14h49 - Publicado em 17 out 2022, 14h21

O PT já usou de estratégias questionáveis contra adversários e um bom exemplo disso foram os ataques contra Marina Silva na campanha de 2014. Ao assumir a dianteira após a morte de Eduardo Campos, ela virou alvo preferencial dos ataques dos marqueteiros de Dilma Rousseff. Uma das peças que entraram para a história foi a acusação de que Marina estaria a serviço dos banqueiros por ter como uma de suas coordenadoras de programa de governo a respeitada educadora Neca Setúbal, herdeira do Itaú. Em outro golpe-baixo desferido na mesma época, uma peça de propaganda relacionava a independência do Banco Central, bandeira defendida por Marina, ao sumiço de comida nos pratos dos mais pobres.

Na disputa atual contra Jair Bolsonaro, o PT elevou a altura dos ataques, introduzindo no debate temas como canibalismo e pedofilia. Para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, ao que parece, só mesmo esse tipo de atitude agressiva pode fazer frente à fábrica de insultos e de fake news comandada pelo adversário nas redes sociais. Em outros termos, diante de um oponente que não joga limpo, é necessário um combate com armas semelhantes. Quem exerce de forma assumida hoje esse papel é um aliado petista de última hora, o deputado federal André Janones, do Avante.

Aos poucos, no entanto, a tática do bateu-levou começou a provocar efeitos colaterais. A Justiça Eleitoral estabeleceu nesta segunda, 17, um prazo de três dias para Janones responder a acusações de disseminação de fake news feita pela campanha bolsonarista. Dentro do próprio PT começa a surgir um movimento para tentar fugir do bate-boca com o presidente daqui para frente. Como ficou evidente por vários momentos no debate realizado ontem pela Band, Bolsonaro parece mais à vontade quando a briga chega a esse nível e, por estar atrás de Lula, é quem teoricamente pode tirar mais proveito da tática de desestabilizar o adversário à base de golpes baixos. Como a avaliação de seu governo segue em patamares muito altos, em termos de propaganda, faz sentido tentar desviar o debate para o “antipetismo”. Para muitos analistas, se Lula continuar caindo nessa armadilha, a “janonização” de sua campanha pode virar um enorme tiro no pé.

 

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