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Com retirada de sigilo, novos detalhes do caso Marielle são revelados

Ronnie Lessa contou à PF que Marcelo Freixo esteve na mira de ser morto e que execução da parlamentar do PSOL quase aconteceu três meses antes em um bar

Por Sofia Cerqueira 8 jun 2024, 12h08
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  • Com a retirada do sigilo da delação premiada de Ronnie Lessa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mais detalhes sobre a execução de Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes estão vindo à tona. O ex-sargento da Polícia Militar do Rio revela que, por pouco, o crime, ocorrido em 8 de março de 2018, não aconteceu três meses antes. O assassino confesso, que também teve a sua transferência determinada para o Presídio de Tremembé, em São Paulo, contou detalhou ainda o ataque à tiros e revelou que, antes da dupla execuação, convenceu um comparsa a não matar o então deputado estadual Marcelo Freixo, hoje presidente da Embratur.

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    O plano contra Freixo foi detalhado em um trecho da delação premiada, feita à Polícia Federal (PF). O ex-PM conta que o também ex-policial Edimilson Oliveria da Silva, conhecido como Macalé, foi procurado, antes do plano para matar Marielle, com o intuito de assassinar o então deputado. Lessa acrescenta ainda que a desistência do plano só ocorreu porque Freixo andava cercado por seguranças.

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    Macalé, morto em 2021, segundo Lessa, teria pedido para ele levantar os passos do parlamentar e que acreditava que os dois podiam ficar “milionários” com aquele crime. Mas que conseguiu demover a ideia do comparsa ao mostrar a dificuldade que teriam. “Macalé, o cara tem 20 seguranças, não tem tanto sniper no Rio de Janeiro. […] No meio de 20 seguranças? Nós não vamos provocar uma pessoa qualquer. A gente tá provocando Marcelo Freixo. É uma coisa bem ampla, que mexe com partidos, é uma coisa muito grande, pesada”, descreveu.

    Ainda em sua delação, Lessa disse que Macalé falou de outros políticos do PSOL, e que tudo era pedido dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. Os dois são acusados de serem os mandantes dos assassinatos de Marielle e Anderson e estão presos em penitenciárias federais. O ex-PM também deixou claro em seu relato à PF que a repercussão “estratosférica” do caso Marielle surpreendeu os executores do crime e os mandantes. “Ninguém esperava aquilo. Então eles demonstraram preocupação máxima, e nós estávamos preocupadíssimos, todo mundo estava preocupado demais.”

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    Outro trecho do depoimento em vídeo, que Lessa fez em troca de uma eventual de sua pena, chama muito a atenção o fato dele contar que, por muito pouco, não executou a parlamentar do PSOL três meses antes. Ele descreveu que “perdeu a oportunidade” porque Macalé – também apontado como o interlocutor dos executores com os mandantes do crime – teria chegado atrasado a um bar onde Marielle estava, na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio. “Ela estava sentada nesse bar, não sei como o Macalé soube disso. Mas alguém que estava seguindo ela falou: ‘ela está no bar’. Alguém estava seguindo ela”, afirmou.

    O ex-PM também deu detalhes da ação de execução de Marielle e de seu motorista. Ele contou que quando o também ex-policial Élcio de Queiroz, que dirigia o carro usado na emboscada, emparelhou com o veículo onde estava a parlamentar, Anderson Gomes acelerou e “até parecia que estava fugindo”. Na sequência, conta que no sinal seguinte, quando o motorista de Marielle foi obrigado a parar, eles pararam perto e ele disparou. Ele detalha ainda que para esconder suas tatuagens, usou um carro preto antigo. São alguns dos detalhes que fecham o quebra-cabeça de um crime bárbaro.

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