Responsáveis pela investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes querem mandar periciar todas as submetralhadoras MP5 das polícias Militar e Civil do Rio para apurar se uma delas foi utilizada no crime.
Ao contrário de outras armas, como os fuzis AR-15, as MP5 não costumam ser utilizadas por bandidos e quase todas estão nas mãos de forças policiais (a Polícia Federal também tem esse tipo de submetralhadora). A MP5 tem alta precisão, mas é de difícil manuseio.
Apenas atiradores treinados conseguem operá-la com a precisão verificada na morte de Marielle, o que reforça a suspeita de envolvimento de policiais. Segundo o jornal O Globo, uma testemunha afirmou, em seu depoimento, que um PM e um ex-PM estavam no carro de onde partiram os tiros.
Um policial envolvido na apuração do crime disse a VEJA que não seria suficiente pedir às polícias Militar e Civil a relação das MP5 que teriam sido retiradas das corporações no dia do crime. Como não há um controle mais rígido das armas, a medida acabaria sendo improdutiva.
O delegado Cláudio Ferraz, que não participa das investigações, disse que MP5 é “excelente”, mas caiu em desuso. Ele, que já comandou as investigações contra milícias, afirmou que nunca apreendeu uma dessas submetralhadoras com bandidos, que preferem armas de maior impacto e de mais fácil manuseio.