O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibilizou em seu site uma lista com mais de 5 mil gestores públicos que tiveram as contas julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o TSE, a lista é uma ferramenta essencial para que a Justiça Eleitoral, responsável por avaliar a elegibilidade dos candidatos, defina quais não estão aptos a concorrer nas eleições municipais, além de expor os pretendentes que não fizeram bom uso do dinheiro público.
A lista traz uma notícia ruim para o presidente Lula e o PT. O mandatário e sua legenda apostam alto na eleição do ex-deputado Jair Meneguelli (PT) para prefeito de São Caetano do Sul (SP). O nome do ex-sindicalista, porém, consta na lista. A cidade é considerada estratégica para o PT, já está na região do ABC paulista, onde o partido nasceu.
Candidato sem certidão negativa
Ao digitar o número do CPF de Meneguelli no cadastro disponibilizado pelo TCU, o eleitor vai receber a seguinte mensagem: “Não é possível a emissão de Certidão Negativa de Contas Julgadas Irregulares com possível implicação eleitoral, pois o requerente possui contas julgadas irregulares por decisão deste Tribunal”.
Na lista disponibilizada para o TSE, o TCU enumera vários processos envolvendo Meneguelli. Um deles, que levou o nome do ex-sindicalista a ser incluído na lista, é de 2018, quando ele foi condenado por dar emprego a “fantasmas” no Sesi, instituição que comandou de 2003 a 2015. Uma das fantasmas era Marlene Araújo Lula da Silva, casada com Sandro Lula da Silva, filho do presidente. Meneguelli foi multado em 173 mil reais.
O ex-sindicalista afirmou que já contratou advogado em Brasília para acompanhar os processos no TCU e no TSE. Ele não considera que a lista será impedimento para sua candidatura e acredita num desfecho positivo dos processos no TCU.
“Está tudo liberado, estou registrado, estou tranquilo. É o fim da picada. Essas coisas demoram que nem um inferno, você fica sempre com aquele pensamento: ‘vai aprovar, não vai aprovar, vai ser impugnado, não vai ser impugnado’”, diz Meneguelli. “O TCU já retirou a multa de dois ex-funcionários, a Marlene e o Rogério Aurélio, que tinham sido acusados de receber sem trabalhar. Se ambos já comprovaram que receberam trabalhando, eu estou livre”, conclui.