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Banheiros ainda são problema para foliões em SP

Cabines insuficientes e vasos entupidos levam público a urinar na rua; multa para esse tipo de delito pode chegar a 500 reais

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Lucas Mello 12 fev 2018, 12h25

A falta de banheiros e o péssimo estado dos vasos sanitários disponíveis continuam sendo a principal reclamação no terceiro dia de Carnaval de rua em São Paulo. A falta de opções nos blocos leva alguns foliões a fazer xixi na rua – infração que pode render multa de até 500 reais.

De acordo com a Prefeitura, foram disponibilizados 21.000 banheiros químicos durante o Carnaval. O número, apesar de ser 50% maior do que o ano passado, não foi suficiente para atender os quase 4 milhões de foliões que foram comemorar as festas de rua no final de semana de pré-Carnaval, nem os 1,65 milhões que participaram dos blocos neste sábado.

Nesta segunda-feira, o problema permanece. Os banheiros do primeiro bloco do dia, chamado Forrozin, que acontece na esquina das avenidas Ipiranga e São João, estão em situação complicada. Em um deles, conferido pela reportagem, a água vinha até a tampa e o cheiro era fortíssimo.

“Perto dos outros anos, diminuiu muito o número de pessoas urinando em público. Mas para uma multa dessa ainda precisa de mais opção de banheiro”, disse Felipe Barros, advogado, durante o bloco Domingo Ela Não Vai, que desfilou pela Avenida 23 de Maio neste domingo. O folião Fernando Sousa, arquiteto, concorda. “Eu acho que falta banheiro para uma multa tão alta. Para cobrar 500 reais, precisa de mais”, afirma.

Há quem reclame, ainda, da falta de campanhas de conscientização por parte da Prefeitura. “Não acho que justifique, não pode urinar em local público, mas falta divulgação. A multa é grande e pode pegar gente despreparada, porque não fazia ideia dessa lei”, disse Gustavo Silva, que é vendedor.

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Mesmo quem sabe da lei, às vezes, opta por não segui-la. “Eu vi um homem urinando na rua. Passei por ele e gritei ‘olha os 500 reais’, ele olhou para mim, riu e disse: ‘Eu pago’. Lamentável”, afirma a estudante Luana Lara.

A questão, no entanto, divide opiniões. “Tem banheiro em todo lugar. Se a Prefeitura cumprir a parte dela, e eu acho que está cumprindo, está liberada para multar mesmo”, opinou José Francisco, chefe de cozinha.

A lei que proíbe pessoas de urinar em vias públicas entrou em vigor em maio de 2017, sancionada pelo então prefeito em exercício Milton Leite (DEM), enquanto o prefeito João Dória (PSDB) encontrava-se em viagem a Nova York. A norma passou a valer pouco antes de uma ação da Prefeitura para instalar 800 novos banheiros públicos pela cidade.

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A Guarda Civil Metropolitana (GCM) esteve presente em alguns blocos para multar foliões que urinassem na rua. Os guardas solicitam documento do infrator e o notificam. A multa chega depois, em casa.

Lixo

Outra reclamação frequente dos foliões foi a falta de latas de lixo espalhadas pelas ruas. “Banheiro tem muito, mas o que falta é lixo. Tive que guardar na sacolinha e depois dar para os ambulantes. Não tem uma lixeira na avenida toda”, disse Marcílio Cavalcante, formado em relações internacionais.

De acordo com a Prefeitura, 464,52 toneladas de lixo foram retiradas das ruas de São Paulo no final de semana de pré-Carnaval. Dessas, 9,14 eram de materiais recicláveis que poderão ser reaproveitados.

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