Protesto realizado na noite desta sexta-feira, 8, em São Paulo, pelo Dia Internacional da Mulher, manifestantes gritam palavras de ordem contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a reforma da Previdência. Marielle Franco, vereadora assassinada há um ano, também é lembrada em cartazes e palavras de ordem.
“Para defender a Previdência e acabar com a opressão, as mulheres estão na rua com disposição”, gritam algumas, entre xingamentos ao presidente e homenagens à Marielle. “Bolsonaro, seu fascistinha [sic]. A mulherada vai botar você na linha”, diz outro grupo.
Carla, estudante de engenharia de 23 anos, citou a “agenda conservadora” como o motivo que a levou para o protesto desta sexta-feira. “A gente vai responder com força, com persistência, contra a agenda conservadora, que quer discernir sobre o nosso corpo e nossos direitos”. O direito ao corpo é o mote de alguns grupos, que centram seus discursos na defesa da descriminalização do aborto.
Joice Souza, de 32 anos, atualmente desempregada, é contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro. “Muitas de nós, por conta da dupla jornada, têm dificuldades em contribuir. É um absurdo aumentar a idade mínima para as trabalhadoras urbanas e rurais”, argumentou. Para ela, o interesse do governo em equilibrar as contas não respeita a realidade à qual o país esta inserido.
A professora aposentada Marlene Barbosa, de 57 anos, estava acompanhada da neta Isadora, de 3 anos. “Estou aqui e quis trazê-la, porque o meu maior sonho é que ela, quando crescer, não precise lutar por direitos básicos. Estou aqui lutando pelo direito à segurança, igualdade e à minha vida, da minha neta e de todas as mulheres”, disse com a menina no colo.
O ato se aglomerou a partir do Masp, na Avenida Paulista, e desceu a Rua Augusta até a Praça Roosevelt. O protesto tem organização difusa e foi convocado por diversos grupos e movimentos feministas. Por volta das 21h, já no destino final, começou a dispersão.
Rio de Janeiro
No Rio, Marielle é o tema principal das mulheres que protestam em frente a Igreja da Candelária, no centro da cidade. Os manifestantes cobram esclarecimentos sobre a execução da vereadora, em 14 de março de 2018.
O grupo também protesta contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e contra a reforma da Previdência proposta por ele. Muitas faixas e cartazes pedem a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e também há críticas a Damares Alves, pastora evangélica e ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos.
(Com Estadão Conteúdo)