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As novas cores dos homens de preto

Batalhão de Operações Especiais da PM do Rio estuda adotar farda camuflada, enquanto o 'pretinho básico' assume lugar de clássico do Carnaval carioca

Por Rafael Lemos, do Rio de Janeiro
24 fev 2011, 17h50

A mítica farda que rendeu aos policiais do Bope o título de “homens de preto” passará por mudanças. O uniforme com a caveira que ganhou fama a partir do filme ‘Tropa de Elite’ deverá ser, pelo menos durante o dia, um pouco menos pesado e cheio de tecnologia. Em testes realizados em operações durante o dia, os agentes aprovaram o emprego de roupas semelhantes às usadas pelas tropas norte-americanas em missões no Afeganistão – com composição de 50% de algodão e 50% de poliamida, para amenizar os efeitos do calor e da exposição ao sol.

O estudo para adoção de um novo uniforme nas operações diurnas é baseado em um projeto elaborado pelo tenente-coronel Fábio Souza, do Curso Superior de Polícia. “O uniforme sugerido tem algumas qualidades importantes, como a mimetização do ambiente e a questão do calor. A cor preta absorve a luz solar, não refletindo os raios, e com isso há retenção de calor. Em meu trabalho, destaco que o uniforme preto do Bope acaba causando desidratação. Este fator, conjugado aos 25 quilos de equipamentos, piora a situação”, explica Fábio.

Apesar de não abandonarem totalmente a farda preta, o guarda-roupa dos caveiras deve adotar um padrão de “camuflagem digitalizada”, que consiste em estampas que dificultam a identificação pelo olho humano – algo desejável em operações em favelas, por exemplo.

Ritmistas do Salgueiro batem continência à sua comandante
Ritmistas do Salgueiro batem continência à sua comandante (VEJA)

Dificilmente, no entanto, o ‘pretinho básico’ perderá lugar no coração dos fãs do Batalhão de Operações Especiais da PM fluminense. Os filmes ‘Tropa de Elite 1 e 2’ renderam tanto prestígio ao Bope que a farda tornou-se um clássico do Carnaval.

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Primeiro, nos blocos, que têm uma infinidade de variações de ‘capitães Nascimento’ e versões decotadas do uniforme com estampa de caveira. Este ano, além dos foliões esparsos, uma ala inteira do Salgueiro é inspirada no Bope. Na verdade, mais que uma ala: é esta a fantasia dos 270 ritmistas da “furiosa” – como é chamada a bateria da escola. E à frente da ‘tropa’, a rainha Viviane Araújo – obviamente, não muito fardada.

A escola, cujo enredo propõe o Rio como o set de filmagens perfeito, fará ao longo do desfile homenagens a vários filmes, e não poderia deixar de fora a maior bilheteria da história do cinema nacional – Tropa de Elite 2 já vendeu 11,2 milhões de ingressos, segundo dados atualizados da RioFilme.

Medo de represálias – A mesma fama que faz dos homens de preto uma sensação também tira o sono dos ritmistas. Muitos integrantes da bateria vivem em favelas ainda sem Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e, portanto, vivendo sob as regras do tráfico. Para eles, descer o morro com um símbolo da polícia traz o risco de ser interpretado como afronta aos bandidos.

Outra preocupação para o Salgueiro é as fantasias terem algum tipo de uso como falso uniforme do Bope. A diretoria do Salgueiro decidiu exigir dos os ritmistas a assinatura de um termo de responsabilidade em que o componente se compromete a devolver o material após o desfile.

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