A atriz Regina Duarte, secretária nacional de Cultura do governo Jair Bolsonaro, está cada vez mais isolada. Um grupo de mais de quinhentos artistas, intelectuais e produtores culturais divulgou neste sábado um manifestou de repúdio às palavras e atitudes da secretária, que tomou posse no cargo em 4 de março. O documento ressalta que eles fazem parte “da maioria de cidadãs e cidadãs e cidadãos que defende a democracia e apoia a independência das instituições para fazer valer a Constituição de 1988”. Endossado por atores, cantores, compositores, escritores, roteiristas, cineastas, artistas plásticos, fotógrafos e dançarinos, o manifesto pede respeito “aos mortos e àqueles que lutam pela própria sobrevivência no país devastado pela pandemia e pela nefasta ineficiência do poder público”. O grupo ainda ressalta no texto que eles fazem parte da maioria de brasileiros que não tolera “os crimes cometidos por qualquer governo, que repudia a corrupção e a tortura e que não deseja a volta da ditadura militar” e termina dizendo “Ela não nos representa”.
O manifesto na íntegra:
“Brasil, 08 de maio de 2020
Somos artistas brasileiros e fazemos parte da maioria de cidadãs e cidadãos que defende a democracia e apoia a independência das instituições para fazer valer a Constituição de 1988.
Fazemos parte da maioria que entende a gravidade do momento que estamos vivendo e pedimos respeito aos mortos e àqueles que lutam pela própria sobrevivência no país devastado pela pandemia e pela nefasta ineficiência do poder público.
Fazemos parte da maioria de brasileiros que não tolera os crimes cometidos por qualquer governo, que repudia a corrupção e a tortura e que não deseja a volta da ditadura militar.
Fazemos parte da maioria que não aceita os ataques reiterados à arte, à ciência e à imprensa, e que não admite a destruição do setor cultural ou qualquer ameaça à liberdade de expressão.
Como artistas, intelectuais e produtores culturais, formamos a maioria que repudia as palavras e as atitudes de Regina Duarte como Secretária de Cultura.
Ela não nos representa.”