Ministros do governo Lula reagiram à morte de uma jovem de 22 anos vítima de fake news nas redes sociais. Responsável pela pasta dos Direitos Humanos, Silvio Almeida defendeu a regulação das plataformas, enquanto a chefe do Ministério das Mulheres, Cida Gonçalves, pediu a ‘responsabilização’ dos sites.
Na rede social X (antigo Twitter), Almeida afirmou que “a irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na politica institucional) nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável”.
“Por isso, volto ao ponto: a regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento”, completou o ministro.
Em menos de um mês este é o segundo caso de suicídio de pessoa jovem – e que guarda relação com a propagação de mentiras e de ódio em redes sociais – de que tenho notícia. Tragédias como esta envolve questões de saúde mental, sem dúvida, mas também, e talvez em maior proporção,…
— Silvio Almeida (@silviolual) December 23, 2023
Já Cida Gonçalves classificou a morte como “mais uma tragédia fruto da irresponsabilidade de perfis nas redes sociais que lucram com a misoginia e disseminação de mentiras e, igualmente, da falta de responsabilização das plataformas” e lamentou o ocorrido.
A morte de Jéssica Vitória Canedo, uma jovem de 22 anos, nesta sexta-feira (22), é mais uma tragédia fruto da irresponsabilidade de perfis nas redes sociais que lucram com a misoginia e disseminação de mentiras e, igualmente, da falta de responsabilização das plataformas.
— Cida Gonçalves (@CidaMulheres) December 23, 2023
O caso
Jéssica Vitória Canedo foi vítima de uma onda de ódio on-line após páginas de fofoca com grande alcance, como a ‘Choquei’, que soma 21 milhões de seguidores no X, publicarem a informação falsa de que ela estaria em uma relação com o humorista Whindersson Nunes.
Desde o último dia 18, a estudante mineira apareceu em prints que simulavam conversas entre ela e Whindersson, o que nunca ocorreu. Antes de morrer, Jéssica publicou um texto sobre o ódio recebido nas redes.
“Jamais imaginei ter que vir aqui me pronunciar sobre seja lá o que for. Afinal, não sou famosa e nem nunca quis ser. Toda essa palhaçada não passa de uma brincadeira muito sem graça. Ficou bem óbvio que o intuito disso é me ridicularizar. (…) Não posso lidar com esse tipo de exposição. Esse foi o mais difícil ano da minha vida, só agradeço por ter chegado em dezembro com vida”, escreveu.