Agentes do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do ex-chefe de Polícia Civil Allan Turnowski no início desta sexta-feira, 9. Ele foi preso na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, em uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Um fuzil foi apreendido no local.
De acordo com as investigações, Turnowski tinha envolvimento com organizações criminosas. As apurações ainda chegaram à conclusão de que ele recebia propina do jogo do bicho e fazia parte de um plano para assassinar o bicheiro Rogério Andrade.
“Após 23 anos combatendo o crime, sem nenhuma mácula em sua vida profissional, a defesa esclarece que respeita o trabalho realizado, porém não condiz com a realidade. O fato será esclarecido e sua inocência será comprovada”, defende em nota Adriana Galucio, advogada do delegado.
A operação também prendeu Antônio Ricardo Nunes, candidato a deputado estadual pelo Podemos eex-chefe do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Allan deixou a chefia da Polícia em março desse ano, quando decidiu se candidatar a deputado federal pelo Partido Liberal (PL). Sua candidatura foi apoiada pelo governador Cláudio Castro, do mesmo partido.
Antes de assumir o cargo na secretaria do governo em 2020, Turnowski já havia ocupado o mesmo posto entre 2010 e 2011, durante mandato de Sérgio Cabral (MDB). Na época, ele foi afastado após uma investigação da Polícia Federal sobre vazamento de uma operação. O delegado sempre alegou ser inocente e o caso foi arquivado por falta de provas.
Sua última gestão foi marcada por operações policiais violentas, como a chacina do Jacarezinho, que deixou 28 mortos em maio de 2021. Ele também instituiu uma força-tarefa de combate às milícias no Rio, que até março de 2022 tinha contabilizados mais de 1,2 mil presos.
A assessoria do governo do estado se pronunciou sobre o caso. “O governador Cláudio Castro destaca que todos têm amplo direito de defesa perante a Justiça. Em seu governo o crime tem sido combatido sem distinção. Foram presos mais de 1.300 milicianos. Também investigados e pedidas as prisões dos contraventores Rogério Andrade, Bernardo Bello e José Escafura, o Piruinha, entre outros”, diz comunicado.