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Aliados pressionam por escolha de relator alinhado a Temer

Pedido tramita pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara antes de seguir para o plenário; Maia diz que cada deputado votará com a sua consciência

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h32 - Publicado em 27 jun 2017, 11h07

Líderes governistas pressionam o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), para influenciar na escolha do deputado que vai relatar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB). Os governistas querem não só uma tramitação rápida do pedido, como esperam a indicação de um parlamentar alinhado com o Palácio do Planalto.

Ontem, no entanto, antes da apresentação da denúncia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, em evento em São Paulo, que cada deputado vai votar de acordo com sua consciência e é preciso ter “paciência”. Ele disse também que não sabe qual será a decisão da Câmara.. O deputado afirmou que Temer tem maioria no Congresso, mas que é preciso esperar, e ainda admitiu que as acusações são “graves”.

Na Câmara, as movimentações já começaram. Uma troca na CCJ foi realizada ontem, quando o Solidariedade decidiu tirar o deputado Major Olímpio (SP) da vaga de titular. Com um forte discurso de oposição, Major Olímpio foi substituído pelo líder da bancada, Áureo (RJ).

A CCJ é o colegiado responsável por votar a admissibilidade da denúncia na Câmara dos Deputados. Pacheco, que vem demonstrando independência em relação ao governo na condução dos trabalhos, avisou que quer um perfil técnico, com conhecimento jurídico e assíduo na comissão. “Minha posição é de independência, de não permitir influência do governo, nem de ninguém”, disse Pacheco.

Fontes relatam que Pacheco já foi procurado por líderes partidários e que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, se dispôs a assumir as conversas para que seja escolhido um parlamentar com perfil “chapa-branca”. Os governistas não querem ter “surpresas” na relatoria da denúncia. Padilha negou a interferência, mas o favorito dos governistas hoje para a função é Jones Martins (PMDB-RS), ex-prefeito de Gravataí e suplente do deputado licenciado Osmar Terra (PMDB-RS), hoje ministro de Desenvolvimento Social e Agrário.

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Martins é um nome próximo de Padilha e apontado por alguns aliados como afilhado político do ministro da Casa Civil. “Jones é um constitucionalista. Seria uma boa escolha”, disse o vice-líder da bancada do PMDB, Carlos Marun (MS). O deputado, que já sondou Pacheco e ouviu dele que fará uma escolha “meticulosa”, disse confiar na responsabilidade do presidente da CCJ. “Não é o momento para fazer pirotecnia.”

Trocas

Com a mudança, Major Olímpio vai para a suplência e não poderá ter seu voto contabilizado na análise da admissibilidade, a menos que um titular da bancada falte na sessão. Major Olímpio não só vinha fazendo críticas pesadas ao governo, como já havia anunciado que votará à favor da denúncia.

Segundo a bancada, o pedido de troca foi protocolizado no dia 14 deste mês. O partido negou que a mudança esteja relacionada à denúncia. “O deputado Major Olímpio continua sendo membro da comissão e contribuindo efetivamente com as discussões do colegiado”, disse nota da bancada.

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Já o PSB não deve fazer alterações nos quadros da comissão, mas a direção do partido estuda fechar questão a favor da denúncia contra Temer. Como Danilo Forte (PSB-CE) e Fabio Garcia (PSB-MT) são governistas, a direção deve pedir que eles deixem de votar.

(Com Estadão Conteúdo)

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