O advogado Anderson Rollemberg afirmou que vai pedir a anulação da confissão feita por Flávio dos Santos, 38 anos, que, segundo a Polícia Civil do Rio, afirmou ter dado seis tiros no padrasto, Anderson do Carmo, assassinado no domingo 16, em Niterói, região metropolitana do Rio.
O defensor disse nesta segunda-feira, 24, que o depoimento contém vícios e que seu cliente pode ter sido coagido a assumir a autoria do crime. “Nós vamos contestar a confissão do Flávio. Aquilo ali não é fidedigno e não retrata a realidade. Não existe confissão. Existe ela formalizada, mas o que tem que ser questionado é se isso é realidade”, disse.
A investigação cita a existência de um vídeo contendo a confissão do Flávio, filho biológico da deputada Flordelis (PSD-RJ), onde ele teria afirmado ter dado seis tiros no padrasto. “Em qual condição ele está dizendo isso? Tem tortura psicológica, tortura física.”
Rollemberg ainda disse que, no momento da possível confissão, Flávio não estava acompanhado de um advogado. Segundo a defesa, essa prática pode desqualificar o depoimento.
Tanto a defesa de Flávio quanto os advogados de Lucas disseram que vão pedir a transferência de seus clientes de onde estão presos, na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, para um presídio. Os dois estão presos temporariamente a pedido da Justiça do Rio.
A deputada eleita pela primeira vez no ano passado tem 55 filhos, sendo 51 foram adotados. O pastor Anderson foi assassinado em casa a tiros. “Não está esclarecida a motivação, se a execução aconteceu daquela forma que foi narrada, se são só essas pessoas envolvidas. Muita coisa está indefinida”, afirmou a delegada Bárbara Lomba, titular da delegacia que investiga o caso, em entrevista coletiva na última sexta-feira, 21.
Flordelis prestou depoimento nesta segunda, assim como outras vinte pessoas da casa, entre parentes e funcionários.