“Achei que fosse morrer”, diz passageiro do caminhão
Alvacir Ferreira estava sentado ao lado do motorista Luiz Siqueira quando ocorreu o engavetamento na Anchieta. Uma pessoa morreu. Siqueira está preso
“Ele gritou: ‘está sem breque!'”, conta Alvacir Ferreira, que estava sentado no banco do passageiro
O motorista do caminhão que causou o acidente que envolveu oito veículos, provocou a morte de uma pessoa e deixou cinco feridos na Rodovia Anchieta foi preso na tarde desta quarta-feira. Luiz Antonio Siqueira, 42 anos, será indiciado por homicídio culposo e por cinco lesões corporais culposas, informou a delegada Kátia Regina Cristofaro Martins, que cuida do caso no 4º Distrito Policial de São Bernardo do Campo.
Às 7h30 desta quarta-feira, Siqueira e seu ajudante, Alvacir Carlos Ferreira, 32, saíram de Guarulhos em direção a Santos para entregar um carregamento de canos de aço. Por volta das 9h30, na altura do quilômetro 42 da Anchieta, Siqueira notou que o trânsito havia parado e tentou frear o caminhão – que costuma usar para fazer entregas particulares. O freio falhou.
“O Siqueira gritou: ‘está sem breque!'”, conta Ferreira, que estava sentado no banco do passageiro. “Eu não acreditei”. O motorista então reduziu a marcha. Com o peso e a velocidade do caminhão, o câmbio estourou. Ferreira assustou-se. “Eu disse: ‘vou pular!'”, afirma. “E o Siqueira falou: não pula!”. A mais ou menos trinta metros da colisão, o ajudante saltou do caminhão em movimento. “Eu pulei e a roda quase passou por cima da minha barriga”, diz Ferreira. “Achei que fosse morrer”.
O acidente envolveu cinco carros e dois ônibus e interditou totalmente a pista da rodovia sentido litoral. Além de uma vítima fatal, pelo menos duas permanecem em estado grave. Segundo Ferreira, Siqueira conferiu os freios às 7 horas da manhã, ainda em Guarulhos. “Ele vivia cuidando desse caminhão”.
Depois de pular do veículo em movimento, Ferreira fraturou o calcanhar esquerdo. Siqueira está preso na carceragem do 4º DP. Passará a noite no 3º DP e, nesta quinta-feira, será transferido para o Centro de Detenção Provisória de São Bernardo do Campo. A delegada Kátia Martins não arbitrou fiança para o caso.
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