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A nova peça no xadrez do segundo maior colégio eleitoral do Rio para 2024

Wesley Teixeira vai lançar pré-candidatura e busca espaço na já espremida esquerda da Baixada Fluminense

Por Lucas Mathias 14 ago 2023, 13h30

A disputa por espaços na esquerda do Rio ganhou novo personagem na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Líder popular, militante do movimento negro e evangélico, Wesley Texeira vai lançar sua pré-candidatura à prefeitura do segundo maior colégio eleitoral do estado pelo PSB, com apoios já alinhados com PSOL e Rede. E além de pleitear seu espaço em um campo onde já há outros dois pré-candidatos colocados — o ex-prefeito Zito, pelo PV, e o deputado federal Marcos Tavares, pelo PDT —, Teixeira terá ainda como desafio superar o eleitorado mais conservador, que deu a Jair Bolsonaro uma vitória sobre Lula por 58,3% a 41,7% no segundo turno do pleito presidencial do ano passado, e tem reconduzido à Prefeitura local nomes ligados à família do ex-mandatário Washington Reis (MDB), aliado do governador Cláudio Castro (PL). 

Atualmente sem mandato, Teixeira concorreu a deputado estadual nas eleições do ano passado e teve 21 mil votos, mas não conseguiu se eleger. Ficou com vaga de suplente, e tem mantido sua atuação nos movimentos sociais em Caxias. Filho de pastores que vieram da Assembleia de Deus, ele integrou, no segundo turno do ano passado, o grupo de trabalho eleitoral de Lula ligado ao tema, na busca por reduzir no Rio a diferença para Bolsonaro nesse eleitorado. Agora, tem como prioridades somar mais aliados para chegar ao segundo turno e contribuir com a eleição de uma bancada forte para a Câmara local, de olho em 2026. 

O apoio do PT para 2024, inclusive, é um dos desejos de Teixeira, que já teve conversas com os deputados federais Lindbergh e Benedita da Silva, além do secretário para Assuntos Federativos do Ministério de Relações Institucionais, André Ceciliano. E apesar de já ter um vice da Rede apontado para sua chapa, o Professor Antônio Augusto, Teixeira aponta que a vaga pode ser do PT, se for do interesse do partido. Ele sabe que eventual reforço petista à sua chapa serviria como grande impulso, e faz contas de mais de 45 mil votos em uma possível coalização da esquerda com o partido, em torno de seu nome. Para isso, no entanto, será preciso combinar com as diferentes correntes petistas, que sequer têm acordo entre si neste momento. 

Prefeito por três vezes de Caxias, Zito também tem se colocado como pré-candidato ao comando da cidade pelo PV, hoje federado ao PT e ao PCdoB. Nas redes sociais, ele ostenta fotos ao lado de líderes petistas como o próprio Lindbergh e a presidente nacional do partido, Gleisi Hofmann, além do presidente estadual do PV, André Lazaroni. De volta após período distante da política, ele foi candidato a deputado estadual não eleito no ano passado pelo PSD, fez campanha para Lula na disputa presidencial e tem apoio de uma ala do PT para ser o candidato da esquerda na cidade. 

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O grupo mais ligado ao deputado federal e vice-presidente nacional da sigla, Washington Quaquá, no entanto, defende o apoio ao deputado federal Marcos Tavares. Foi ele o único parlamentar eleito pelo PDT para a Câmara no ano passado, apesar do perfil pouco ligado à esquerda — ele apoiou Jair Bolsonaro em 2022 e em 2018, à Presidência, conforme suas redes sociais. 

Duque de Caxias é hoje governada por Wilson Miguel, tio do ex-prefeito Washington Reis, que renunciou no ano passado para participar das eleições. Reis é hoje secretário de Transportes do governo do Rio, aliado do governador Cláudio Castro, e exerce grande influência na cidade, o que aumenta o desafio da esquerda. Para Wesley Teixeira, enfrentar o grupo de Reis deve ser prioridade. 

“É fundamental. É condenado por crimes ambientais numa cidade ainda arborizada, e que sofre com o racismo ambiental. Fez comício para o Bolsonaro, inaugurou escola militar com o nome do pai do ex-presidente e colocou um ‘prefeito laranja’ para comandar a cidade. É difícil enfrentá-lo com a máquina, e por isso preciso de apoio político e da população que quer Caxias de cara nova”, diz Teixeira.

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